Palestra sobre doença foi direcionada a veterinários - Foto: Katito Carvalho

Com apoio da Prefeitura, por meio da Coordenadoria Especial de Proteção Animal, a Life.Vet (rede de laboratórios de diagnósticos veterinários) apresentou nesta quinta-feira (21/09), no Cineteatro Henfil, no Centro, palestra com o tema “Leishmaniose em Cães e Gatos: Será a próxima epidemia?”.

Ministrada pelo médico veterinário Paulo Abílio Varella Lisboa, que além de atuar na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) é coordenador de um projeto de Vigilância epidemiológica em leishmaniose e outras Zoonoses, a iniciativa foi direcionada aos profissionais veterinários que atuam em Maricá e municípios próximos.

Para Paulo Abílio é fundamental conscientizar os colegas veterinários para que possam disseminar junto à população a importância de se combater a Leishmaniose. “É uma doença grave e que acomete uma parte significativa da população e que hoje começa a se tornar endêmica no estado do Rio de Janeiro”, afirmou. “É importante que nós tenhamos uma orientação principalmente do cenário futuro da doença e da progressão da doença. O número de casos dessa doença, em seres humanos, tem crescido gradativamente ao longo dos últimos anos”, alertou o palestrante.

Segundo o também médico veterinário Frederico Passos, da Life.Vet, esse é o terceiro evento realizado em Maricá e objetivo do encontro é a capacitação dos clínicos que atuam no atendimento de cães e gatos da cidade e região. “Queremos trazer ainda mais conhecimento para os veterinários do município e ajudar na rotina clínica através de diagnósticos definitivos e quem sabe promover uma parceria com a Prefeitura neste sentido”, explicou. “Tivemos uma ótima adesão para o evento de hoje e conseguimos atrair gente de toda a região. Ao todo, recebemos a confirmação de 66 profissionais. Além de Maricá, tem veterinário de São Gonçalo, Saquarema, Araruama, entre outros locais”, comemorou Frederico.

De acordo com a coordenadora de Proteção Animal, Milena Costa, a Prefeitura seguirá apoiando a realização desse tipo de ação no município. “A Coordenadoria de Proteção Animal não é o órgão que recebe as notificações da Leishmaniose, esse órgão é a Vigilância Ambiental ligada a Secretaria de Saúde”, explicou. “Mas ainda assim a nossa coordenadoria entende a importância de levar informação de qualidade, através de profissionais capacitados como é o caso do palestrante de hoje. Nossos veterinários e consequentemente a população precisam estar atualizados para combater essa e outras zoonoses”, completou. “Nosso foco é que os animais sejam cada vez mais bem atendidos, mas também temos preocupação e olhar voltado para a saúde pública da nossa cidade”, frisou Milena.

O veterinário André Luiz, que há 20 anos atua em Maricá, aprovou e elogiou a iniciativa. “A população infelizmente ainda desconhece o que é a Leishmaniose e como funciona o seu processo. É uma doença que pode atingir o ser humano, afinal o transmissor é um mosquito e que atua principalmente em área rural e Maricá tem muito dessas áreas”, destacou. “As vezes quando acontece casos aqui na cidade eles não são devidamente notificados, então é preciso fazer exames, tomar cuidados preventivos. Hoje em dia temos as vacinas, temos coleiras que protegem o animal contra o mosquitos e outros parasitas e ao menor sinal de problemas é fundamental procurar um veterinário”, disse André Luiz.

A leishmaniose é uma doença causada pelo protozoário Leishmania infantum. Trata-se de uma zoonose, pois afeta o ser humano. Os cães são os que mais sofrem da doença, atuando como portadores, sendo mortal se não se iniciar um tratamento veterinário. Na maioria dos casos a eutanásia no animal é recomendada.

A leishmania transmite-se através da picada de um mosquito, pertencente ao gênero Phlebotomus. Desta forma, o mosquito pica um cão doente e/ou portador e, uma vez que o protozoário amadurece no inseto, pica outro cão, introduzindo-lhe o agente patogênico. Embora o cachorro seja a principal vítima desta condição, outros animais como os gatos também podem ser afetados. A doença diagnostica-se através de exames específicos, como uma análise de sangue.

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