Secretaria de Meio Ambiente fiscaliza abertura de estrada em unidade de conservação

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Parecer técnico apontou a supressão de vegetação, com manejo de terra, e de refúgio de vida silvestre no caminho recém-aberto

Uma equipe da Secretaria Municipal Adjunta de Meio Ambiente esteve em Santa Paula nesta quinta-feira (07/05) e constatou a abertura de uma rua clandestina dentro de duas unidades de conservação municipal. O caminho feito a partir de uma trilha que leva a uma fazenda, no limite entre Maricá e São Gonçalo, tinha sido desmatado por funcionários da propriedade numa extensão de aproximadamente 200 metros utilizando máquinas.

A irregularidade já havia sido verificada e fotografada no início desta semana. Um parecer técnico apontou a supressão de vegetação, com manejo de terra, dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) das Serras de Maricá e de refúgio de vida silvestre. O proprietário da fazenda foi notificado e, segundo o secretário municipal adjunto de Meio Ambiente Guilherme Mota, cumpriu as exigências que constavam no documento, além de realizar um replantio de mudas no caminho recém-aberto.

“Essa providência certamente será um atenuante caso o dono da fazenda responda no âmbito administrativo ou criminal. Da nossa parte, vamos avaliar o valor da multa a ser aplicada”, disse o secretário, acrescentando que a denúncia partiu de populares que temiam o uso do caminho como possível rota de fuga de criminosos. A operação teve o apoio de uma guarnição da 6ª Unidade de Polícia Ambiental (Upam) da Polícia Militar. O grupo seguiu para a 82ª Delegacia de Polícia (Maricá) com um representante da fazenda que prestou esclarecimentos sobre a ação no local.

Fiscalização

Esta foi a segunda ação na região de Santa Paula em cerca de dois meses. Em fevereiro, uma fiscalização realizada pela secretaria resultou em uma multa no valor de R$ 5 milhões aplicada a Petrobras no fim de abril, em razão do lançamento de material contaminado em uma Área de Preservação Permanente (APP) na região de Cassorotiba. O problema surgiu nas obras do emissário submarino do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), que cortam um trecho do município até o deságue em Itaipuaçu. Um laudo emitido pela própria estatal apontou um despejo de alumínio mais de dez vezes maior do que o tolerado pelos parâmetros ambientais.