INEA e Secretaria Municipal de Meio Ambiente avaliam lagoas após surgimento de espuma

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Resultado das amostras deverá ser divulgado após o prazo de 15 dias pelo INEA

Técnicos do Instituto Estadual do Ambiente (INEA) estiveram em Maricá nesta terça-feira (14/4) para coletar amostras da água da lagoa do Boqueirão depois dos relatos de banhistas de que havia concentrações de uma espuma branca em suas margens. O grupo foi ao local acompanhado do secretário municipal adjunto de Meio Ambiente, Guilherme Mota, e sua equipe. Além das amostras, cujo resultado deverá ser divulgado após o prazo de 15 dias, foram realizados testes no local para avaliar a balneabilidade das águas.

Embora no momento da vistoria a espuma já tivesse se dissipado, os testes físico-químicos e de parâmetros biológicos apontaram níveis normais em todos os itens avaliados. Para o superintendente regional do INEA para o entorno da Baía de Guanabara, Paulo Cunha, uma avaliação prévia aponta como causa do aparecimento da espuma o assoreamento da lagoa e a movimentação de matéria orgânica em razão do movimento de embarcações.

“Uma grande possibilidade da origem da espuma sejam os jet skis (motos aquáticas) que circulam em alta velocidade e acabam mexendo com as águas, que têm pouca profundidade, mas somente depois dos laudos das amostras coletadas é que poderemos fazer uma avaliação mais aprofundada”, ressaltou o superintendente, que considerou também a longa estiagem ocorrida recentemente.

O secretário municipal adjunto de Meio Ambiente afirmou que, de acordo com os resultados, vai avaliar também uma forma de controlar a circulação dessas embarcações na lagoa, caso a suspeita se confirme. “Dependendo do que o laudo apontar, vamos informar através de ofício à Capitania dos Portos e solicitar as providências cabíveis ao caso”, reforçou Guilherme Mota.

Canal descartado

O INEA descartou, por enquanto, a possibilidade de abertura de um canal para entrada da água do mar nas lagoas. O local mais cotado para esta providência seria a Barra de Maricá, onde já houve uma escavação há cinco anos, em abril de 2010, que fez com que o nível do sistema lagunar diminuisse, o que impediu a inundação de casas nas suas margens após uma enchente ocorrida dias antes.

“Abrir ou não um canal para a lagoa é algo que depende de um estudo minucioso, pois vai influenciar na salinidade das águas da lagoa, o que pode afetar a vida marinha e o ecossistema de maneira geral”, ponderou a bióloga Júlia Pires, que acompanhou a operação no Boqueirão.