Pacientes do CAPS coloriram a mureta do prédio no Centro - Foto: Clarildo Menezes

A mureta do jardim interno no prédio do Centro de Apoio Psicossocial (CAPS) ganhou novas cores e traços. A Secretaria de Saúde, em parceria com a pasta de Cultura, levou aos pacientes do equipamento tinta, pincel e asas para a imaginação. Como o espaço está em obras, a ideia de pintar em alguns locais foi sugerida à coordenadora de Artes da Secretaria de Cultura, Tatiana Castelo Branco. “Quando recebi esse convite, aceitei imediatamente pela possibilidade de interação entre os pacientes”, disse ela.

A psicóloga Francine Azevedo, coordenadora do CAPS II, afirmou que a iniciativa ajuda na criação de interatividade entre os pacientes. Enquanto alguns se dedicavam à pintura, outros cantavam e dançavam participando de oficinas que são oferecidas diariamente em dois períodos. Uma das canções apresentadas foi “Para Não Dizer Que Não Falei das Flores”, de Geraldo Vandré. Enquanto cantavam, pincelavam e davam cores às flores que estavam desenhadas. “Aqui trabalhamos a interação social. Queremos com a arte estimular a concentração fazer com que eles vençam os seus limites”, ressaltou Francine.

Aos 44 anos, Alessandro Sátiro Silva é portador de esquizofrenia bipolar desde 2003. Antes de ser diagnosticado trabalhava com transporte de valores. Quando viu o trabalho sendo feito pelos colegas imaginou que a atividade seria difícil. Ele venceu o medo, pegou o pincel, a tinta e se aventurou. No rosto a expressão de felicidade por ter vencido mais uma batalha interna. “Achei que era muito difícil, mas vi que não é. Isso é muito bom”, comentou. Hoje ele dedica parte do dia participando das oficinas que são realizadas no CAPS. “O tratamento aqui é maravilhoso. Todos são tratados com carinho. Não deixam as pessoas largadas, sempre tem atividade e participo de quase todas”, afirmou.

A terapeuta ocupacional Priscilla Marins ressaltou que a iniciativa de pintar alguns espaços do prédio veio para dar ainda mais vida ao local e fazer com que os pacientes se reconheçam no trabalho. “É uma atividade feita com carinho. É bom vê-los deixando suas marcas para que depois possam se identificar com elas”, frisou. Priscilla acrescentou que ao deixar sua participação no trabalho os pacientes podem se sentir cada vez mais próximos, vendo o local como extensão da própria casa.

A surpresa do dia ficou por conta de um dos pacientes, que é autista. O jovem saiu do isolamento, pegou pincel e por alguns poucos minutos preencheu com tinta um dos desenhos, emocionando a psicóloga Francine Freitas. Como o jovem é pouco participativo, a atitude foi um presente para a psicóloga e coordenadora do CAPS. “É lindo vê-lo participando. Estou arrepiada de tanta emoção”, afirmou.

Este conteúdo é protegido.

Deixe uma resposta

Please enter your comment!
Please enter your name here