A Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Políticas Inclusivas, organizou nesta sexta-feira (1º/04) uma roda de conversa para marcar o Dia Mundial da Conscientização Sobre o Autismo (datado em 02/04). A palestra teve como convidados o fonoaudiólogo Edson Daher e sua esposa Cristina Daher, pais de um adolescente autista, que falaram sobre fisiopatologia da doença, principais sinais e tipos de avaliação. A reunião aconteceu na sede do Centro de Referência em Políticas Inclusivas (CRPI), no Centro.

A roda de conversa contou com a participação de estudantes do curso de Formação de Professores do Colégio Estadual Elisário Matta, de inscritos previamente pela internet e de pessoas interessadas pelo tema do autismo sob a ótica da paternidade que fizeram a inscrição no local.

“Resolvemos falar sobre esse assunto porque muitas mães são abandonadas com seus filhos ainda pequenos quando recebem o diagnóstico de alguma deficiência. Às vezes a complexidade do quadro de autismo faz com que os pais, logo no primeiro momento, desapareçam da vida de seus filhos”, disse a gerente do CRPI, Crys Perlingeiro.

Pai de aluno com autismo

Convidado para falar sobre o tema, o professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Edson Daher, falou da experiência em passar seu conhecimento para jovens alunos que ainda estão em formação.

“Ver um grupo de pessoas tão jovens que já estão engajados na causa, em disponibilizar-se para aprender e ensinar melhor também para pessoas com deficiência, isso não tem preço. Eles nem se formaram ainda e já não querem parar no tempo e espaço. Estão buscando informação, orientação, querendo crescer mais com esse conteúdo. Isso é impressionante”, declarou o pai do Rodrigo Daher.

Participantes do evento

Aluna do curso de Formação de Professores do Elisário Matta, no Centro, Yasmin Camile, de 18 anos, contou que a palestra agregou bastante aprendizado aos seus conhecimentos. “Tirei dúvidas e me fez saber como lidar com certas percepções. Pretendo me especializar mais para usar em sala de aula”, acrescentou a estagiária da Escola Municipal Carlos Magno Legentil.

Morando em Maricá há pouco mais de um ano, a psicóloga Marcela Miranda de Assis, de 40 anos, mencionou o suporte dado ao cuidador. “Existe uma assistência diferenciada com os autistas. É necessário saber lidar. Somos tão atropelados por essa rotina que não conseguimos ter a paciência necessária de esperar com que o outro tenha o tempo dele. Uma das coisas que o professor mais falou aqui foi sobre o tempo da reconstrução do autista. Ele precisa se achar e precisamos oferecer esse tempo”, esclareceu a psicóloga.

Centro de Referência em Políticas Inclusivas

No CRPI são oferecidas oficinas de produção de ovos e trufas de páscoa, artes para crianças, oficinas de laços de cabelo, mandala, feltros, voltadas especialmente para pessoas com deficiência. A casa é adaptada para melhor receber os usuários com piso tátil e a área de lazer é composta de rampas com acessibilidade. Para dúvidas e informações, o interessado pode acessar o www.maricapoliticasinclusivas.com.br

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