A Prefeitura de Marica, por meio da Secretaria de Proteção e Defesa Civil, respondeu ativamente à 116 denúncias de queimadas na cidade, desde de janeiro. Autoridades alertam os moradores que atear fogo é crime, destacando não colocar fogo em mato seco, folhas ou lixo; não descartar guimbas de cigarro em locais impróprios e não soltar balões, principalmente, nesta época do ano. Com o clima se mantendo de quente a seco, a atitude, em geral minimizada pela população, pode provocar danos de grandes proporções ao meio ambiente, à fauna local e aos próprios moradores ao respirarem fumaça. O risco de fogo aumenta quando a temperatura máxima está acima de 30°C e a umidade relativa do ar mínima está abaixo de 40%.

Dados da Secretaria de Proteção e Defesa Civil confirmam que, desde o início do verão, o número de queimadas cresceu consideravelmente. Das 116 denúncias, de 01/01 até 21/03, 58 foram apenas em março. Lembrando que o mês ainda não acabou. Só no domingo (20/03), as equipes atuaram em sete chamados. O risco de fogo em vegetação é causado por um conjunto de fatores: número de dias seguidos sem chuva, temperatura máxima, umidade relativa mínima, além do tipo de vegetação.

“Nós tivemos um aumento muito grande na demanda do atendimento das ocorrências de fogo em vegetação. Sabemos que a umidade relativa do ar esteve baixa. Com a chuva de ontem e de hoje, deu uma melhorada. Mas precisamos pedir à população que se conscientize. O fogo em vegetação é muito perigoso porque ataca a fauna nativa do nosso município. Nossos agentes encontram diversas espécies de animais mortas. Precisamos conter esse mal que é o fogo nesse período de estiagem”, explica o secretário da pasta, Fabrício Bittencourt.

Profissionais preparados

Combatente da Defesa Civil de Maricá, Igor Leonardo afirma que desastres só acontecem quando os profissionais não estão preparados e Maricá está. A cidade conta com duas equipes de combatentes em campo, além de um grupo de meteorologistas em sua sede, avaliando o clima e a umidade relativa do ar, além de emitirem avisos para a população.

“Nós somos da brigada de minimização de combate a incêndio florestal – uma equipe de prevenção que faz o trabalho na cidade há três anos.  Nesses períodos de muita seca, nós temos grande incidência desses pequenos focos de incêndios que são causados por lixos descartados em terrenos baldios”, declara o agente.

Parceria com o Corpo de Bombeiros

É importante destacar que nem sempre é possível ter o controle do que vai acontecer quando se ateia fogo, nem mesmo em terrenos à beira da estrada. Há situações em que o fogo aumenta tanto, muito além do esperado, chegando a grandes proporções, atingindo casas, galpões, armazéns e instalações rurais, como celeiros, galinheiros, viveiros, chiqueiros e até currais. Nesses casos, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) precisa ser acionado e o trabalho é feito em conjunto.

Efeitos negativos à saúde e ao meio ambiente

As queimadas causam efeitos negativos à saúde humana. A fumaça e a fuligem causam ou agravam doenças respiratórias, como bronquite e asma, dores de cabeça, náuseas e tonturas, irritação na garganta, tosse e conjuntivite. Outros sintomas são: alergias na pele, problemas gastrointestinais e intoxicação que, em casos mais graves, podem levar à morte.

Além de destruir a vegetação nativa, as queimadas provocam prejuízos à biodiversidade, ao ciclo hidrológico e ao ciclo do carbono na atmosfera. Um incêndio em vegetação pode causar sérios prejuízos financeiros e, até mesmo, colocar em risco a vida de pessoas, de animais selvagens e domésticos.

Queimar lixo doméstico é crime

Colocar em risco a saúde humana, a segurança dos animais e destruir a flora é crime, de acordo com o artigo 54 da Lei nº 9.605 de 1998. Um exemplo clássico desse tipo de crime é a queimada de lixo doméstico, que emite poluição na forma de fumaça, causa risco de incêndio nas casas, destrói a vegetação e pode causar a morte de animais que ocupem as redondezas. A pena prevista é de até quatro anos de prisão.

Em caso de crime culposo, a pena prevista é a detenção de seis meses a um ano, além de multa. A lei prevê ainda, penas maiores em situações em que por causa da poluição, a área se torne imprópria para habitação, ou cause a necessidade da retirada dos moradores da área afetada. Neste caso, a prisão pode chegar a cinco anos.

Como evitar queimadas:

– Não colocar fogo em terreno baldio e em área de preservação permanente
– Não jogar ponta de cigarro em qualquer lugar
– Manter terrenos capinados e livres de materiais que possam pegar fogo
– Não usar fogo para limpar áreas
– Não queimar folhas e galhos
– Não queimar lixo ou móveis, pois as fagulhas podem ser levadas pelos ventos e causar incêndios
– Não soltar balões
– Evitar acender fogueira em áreas de acampamentos ou próximo da vegetação, para que as chamas não se alastrem e tornem-se um incêndio em larga escala

 

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