Foto: Clarildo Menezes

A primeira região da cidade a ser pesquisada pelas equipes do Sentinela Maricá será a do Centro e os bairros do entorno, como São José de Imbassaí, Caxito e Flamengo. A segunda etapa da pesquisa de campo começa na segunda-feira (24/05) e terá seis grupos circulando por toda a área ao longo da semana. Os seis entrevistadores, todos agentes do Comitê de Defesa dos Bairros (CDB), passaram por um treinamento nesta sexta-feira (21) no prédio da Subsecretaria de Saúde, às margens da rodovia RJ-106.

Os agentes ouviram tópicos sobre como ocorre a ação do novo coronavírus quando a pessoa é infectada e também sobre os resultados da primeira etapa da pesquisa, além de como proceder a abordagem dos moradores. Além do entrevistador, cada equipe será composta por um aplicador para os exames, um agente comunitário de saúde e um motorista. O questionário aborda dados básicos das famílias e informações sobre a doença.

De acordo com o biólogo Carlos Senna, chefe de gabinete do Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação de Maricá (ICTIM), a expectativa é visitar 1.155 domicílios até julho em três ciclos de 385 cada. Ele lembrou ainda que os resultados não são publicados, sim utilizados internamente nas estratégias de combate à pandemia.

“A cada seis ou sete dias úteis vamos cobrir uma das regiões determinadas pelo censo de 2010 do IBGE que, além de Maricá, são também o entorno de Inoã e Manoel Ribeiro. Em cada residência, será escolhido um morador maior de idade para passar pelos exames de swab e sorologia. Desta forma, poderemos não apenas ter uma noção da real incidência do vírus como também medir a eficácia da vacinação, agora que temos parte da população imunizada”, afirmou o chefe de gabinete.

Durante o treinamento, os entrevistadores também aprenderam a transmitir os dados que serão coletados através de um tablete. A pesquisadora Nayra Ferreira, de 34 anos, revelou que as equipes foram bem recebidas pela população na primeira etapa. “No geral nos receberam bem, e percebemos que a população está um tanto apreensiva ainda com relação à vacina, mas também bastante satisfeita com as medidas adotadas pelo governo”, contou ela, que é estudante de Serviço Social.

Há também os que participam da pesquisa pela primeira vez, como Rafael Ramirez, de 39 anos. “Estou muito feliz de poder participar e quero muito ajudar no que for possível nesta pesquisa e dar o suporte necessário no combate a essa pandemia. Quero começar logo”, afirmou ele.

Na realização do Sentinela em 2020, foram colhidas 376 amostras no primeiro ciclo (6 a 23 de outubro) e 384 no segundo (24 de novembro a 6 de dezembro). Segundo Carlos Senna, as equipes atingiram 97% da meta de visitação e, desse número, 8% apresentaram sorologia positiva. Outro dado extraído do estudo é que a maioria das amostras de sorologia positiva vieram do distrito de Inoã, revelando que foi a área mais atingida pela pandemia comparando com outros bairros como o Centro, Manoel Ribeiro e Ponta Negra. O Sentinela está em sintonia com o trabalho do Centro de Triagem e Diagnóstico para a Covid-19 da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

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