Restauração da Casa de Cultura - Foto: Katito Carvalho

A Prefeitura de Maricá entrega nesta sexta-feira (03/07), às 10h, a Casa de Cultura, que foi totalmente restaurada. Localizada na Praça Orlando de Barros Pimentel, no Centro, a reforma do prédio histórico durou cerca de cinco anos.

Tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), a construção colonial tem 180 anos e já foi cadeia pública, sede da Prefeitura e da Câmara Municipal. O processo de restauração, acompanhado pelo Inepac, foi feito a partir do estudo do restaurador Alexandre Shiachticas, que acompanhou cada passo do trabalho e buscou a substituição de elementos do prédio por materiais originais na construção.

O telhado foi todo refeito com telhas de barro moldadas na coxa que vieram da Bahia, presas com grampos. O elevador interno, que servirá a visitantes cadeirantes ou com problemas de mobilidade é uma novidade da reforma. A peça foi montada especialmente para a Casa e, com exceção de pontos de fixação na parede, não está apoiada em nenhum ponto da estrutura.

A decapagem (retirada dos pisos não originais) revelou que as vigas originais de madeira estavam comprometidas e necessitariam ser substituídas. A solução foi comprar barrotes de 20cm por 20cm de maçaranduba, uma madeira das mais duras e resistentes que se conhece e substituir os antigos um a um.

O mesmo foi feito com o piso, que recebeu novas tábuas também de maçaranduba, e partes do forro, com o mesmo material. Em outras áreas da casa, o madeirame original foi substituído por pranchas de cedro rosa. As madeiras, nobres, são todas certificadas e o processo contou com o aval do próprio Inepac.

No salão principal que estava com piso de ardósia, foram encontrados 10 centímetros de concreto por baixo e mais por baixo, o piso original, em pedra. Nos locais onde era à base de barro, também foi refeito. Nas celas, foram retiradas as grandes lâminas para fazer o nivelamento novamente. Todas as fechaduras foram refeitas, como eram antigamente. Inclusive, os buracos por onde passavam a comida dos presos.

O corrimão da escada, feito em concreto, não era original. Então, a equipe o desmontou e fez uma escada flutuante para colocar no local, com barrotes de 7 metros de comprimento. Já os degraus originais foram mantidos. Outra intervenção quase artesanal ocorreu nas fechaduras das portas principais.

Entre as novidades, algumas prospecções feitas pela equipe ficarão como janelas para o passado. Os visitantes, por exemplo, poderão ver a cela principal, com a parede decapada em pedra original exposta e o vaso sanitário improvisado para os presos. Tais locais serão protegidos com vidro.

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