Amigos e parentes se despedem de Claudinho - Foto: Evelen Gouvêa

O corpo do sambista e compositor Claudinho Guimarães foi sepultado nesta segunda-feira (15/06) no Cemitério Municipal de Maricá. Ao som de seu maior sucesso, “Quando a Gira Girou”, amigos e familiares se despediram do cantor.

O secretário de Cultura, Sady Bianchin, esteve no funeral e afirmou que estão sendo preparadas homenagens para Claudinho, que fez sua última apresentação em uma live, na comemoração dos 206 anos da cidade. “Vamos pensar em algum espaço cultural que vai imortalizar seu nome, pois sua obra continua viva e será lembrada. Ele era um talento do samba brasileiro, uma pessoa solidária, participativa e que tocava alguns projetos sociais. É um momento muito triste para a cidade”, frisou.

“A música era a vida dele, algo que ele fazia 24 horas, e tinha orgulho de representar a cidade nos eventos. Onde quer que fosse ele tinha de falar de Maricá, a cidade era tudo para ele. Na família sempre tinha samba, sempre uma composição nova que mostrava pra gente. Uma das últimas era uma homenagem a quem estava na linha de frente do combate à Covid-19”, disse Alan Nascimento, cunhado do músico, lembrando que o artista deixa esposa e uma filha de 3 anos.

Dono da casa de samba Beco do Rato, na Lapa (onde Claudinho se apresentava ao lado de Serginho Meriti), Lúcio Pacheco também garantiu que haverá um tributo a ele no espaço. “Vai ser algo à altura do que ele merece, vamos convidar a família para participar. Ele tinha uma ligação forte com nossa casa, além de ser brincalhão e sorridente. Sem dúvida, uma perda grande para o samba e para todos nós”, lamentou.

Entre os artistas de Maricá que foram prestar a última homenagem estavam Rafael Caçula, Wagner Mariano (o Baby do Cavaco), Ronaldo Valentim e Matheus Gaúcho (um dos intérpretes do samba-enredo campeão deste ano pela Viradouro). Valentim revelou que participou da última gravação de Claudinho, com outros cantores.

“É uma composição com letra e música dele sobre esse momento da pandemia, mas que não ficou pronta a tempo para o aniversário de Maricá“, comentou.

Para Mateus Gaúcho, Claudinho Guimarães era um “caneta de ouro”. “Ele escrevia e compunha brilhantemente, uma grande referência para todos nós e reconhecido pelo mundo do samba”, afirmou. Rafael Caçula lembrou da importância dele em sua carreira: “Foi através dele que conheci meu padrinho no samba, o Carlinhos Sete Cordas. Ele vai ficar marcado na minha história e no nosso samba, pois abriu as portas e incentivou os sambistas daqui e eu sou um deles”, contou.

A repercussão da morte de Claudinho Guimarães no mundo do samba também foi grande. Zeca Pagodinho, que gravou composições dele como “Lá Vem Marola”, “Shopping Móvel” e a própria “Quando a Gira Girou”,  foi um dos primeiros a se manifestar nas redes sociais com uma foto do artista.

“O mundo do samba está de luto com a passagem de Claudinho Guimarães. Autor de ‘Quando a Gira Girou’, Claudinho era um amigo querido do Zeca e figura sempre presente em Xerém. Nossos sentimentos à família e a todos os fãs desse sambista tão talentoso”, escreveu ele em seu Instagram. Outra história que envolve ambos diz respeito ao sucesso “Deixa a Vida Me Levar”, composta por Serginho Meriti. Conta-se que foi Claudinho, amigo e parceiro de Meriti em outros sambas, quem o incentivou a mostrar a composição a Zeca, que a gravou em 2002, tornando-a um megahit.

O próprio Serginho Meriti postou um vídeo onde ele e Claudinho aparecem cantando “Lá Vem Marola”. “Obrigado por tudo. Meu parceiro, amigo e irmão Claudinho Guimarães. Deus é muito bom”, disse ele. Outro parceiro dele, Toninho Geraes se manifestou no Facebook com uma foto do sambista. “Obrigado pela obra! Obrigado pela amizade! #luto”, escreveu.

Mauro Diniz, também cantor e compositor e filho do mestre Monarco da Portela, foi outro que rendeu uma homenagem ao artista na mesma rede. “Descanse em paz Claudinho Guimarães, grande compositor, que Deus conforte o coração dos familiares e amigos”, escreveu na legenda da foto.

O músico enfartou na tarde de domingo (14) em sua casa no bairro de Itaipuaçu. Ele ainda foi atendido Posto de Saúde Santa Rita, no mesmo bairro, mas não resistiu.

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