Imagem de arquivo - Festival de Ginástica - Foto: Divulgação/ Sec. Esporte e Lazer

O dia-a-dia de um atleta de alto rendimento envolve uma rotina pesada de treinos, preparação física e fisioterapia, além de acompanhamento médico, psicológico e nutricional.

Com jogos cancelados e campeonatos adiados, em consequência da pandemia do novo coronavírus, um dos desafios da Prefeitura de Maricá, tem sido manter os alunos do projeto “Maricá Esporte Competições”, iniciativa da Secretaria de Esporte e Lazer, com o corpo ativo e a cabeça focada para o retorno das competições, assim que a quarentena passar.

Com cinco modalidades disponibilizadas gratuitamente, entre elas futsal, futebol, ginástica rítmica, vôlei e caratê o projeto atende atualmente cerca de 230 atletas do município com idade mínima de sete anos. Segundo seus organizadores, durante o período da quarentena, todos os atletas estão orientados a sinalizar ao seu respectivo treinador caso eles ou alguém da família, apresentem sintomas da Covid-19.

“Em primeiro lugar, nossa maior preocupação é zelar pela saúde de nossos atletas. Sabemos que está sendo difícil para todos, mas agora é hora de pensarmos em não nos contagiarmos. Com isso, criamos algumas estratégias a distância para que eles não fiquem sem treinar e que auxiliem na performance que eles precisam manter”, afirmou Carlos Vagner, secretário de Esporte e Lazer.

Planilha de treinos

Segundo o secretário cada modalidade tem sua planilha. “Os treinadores de cada modalidade prepararam planilhas com atividades que são monitorados através de vídeos ou relatórios que esses atletas precisam retornar ao seu treinador, indicando o que realizaram e até mesmo seu estado de saúde. Em algumas modalidades temos professores dando suporte a estes atletas com vídeo aulas diretas ao interesse daquele aluno ou da equipe”, explicou.

Carlos Vagner ressaltou ainda que sua equipe tem total conhecimento de que nem todos os atletas desfrutam de espaços e condições adequadas para os treinos de forma completa e intensa.

“Estamos tentando adequar para que cada atleta treine com objetos e aparelhos que possuem em sua residência, de maneira que se mantenham em atividade e dentro de uma forma física e de saúde adequada até o final da pandemia. Inclusive nossos coordenadores tem feito um trabalho de monitoramento junto aos treinadores e professores verificando as aulas e o planejamento montado para os atletas de alto rendimento, pois precisamos ter a certeza de que as atividades estão sendo feitas da maneira correta para que não afetem negativamente o corpo destes jovens que estão praticando seus treinos isoladamente”, comenta.

Preparação dos atletas

“Estamos nos adaptando nessa nova condição da qual nunca imaginamos que pudesse acontecer. Fizemos uma reunião justamente para avaliar esse período de quarentena e o que cada federação esportiva já anunciou sobre os campeonatos deste ano, pois se estivéssemos seguindo o calendário normal as nossas modalidades já estariam participando de competições”, destacou Mariana Mello, coordenadora do projeto.

Um dos esportes que tem maior dificuldade de adaptação é o futebol. “Já que não é possível reuni-los, eles estão fazendo trabalhos diários com objetivo de manter o preparo físico e alguns fundamentos que podem ser realizados em casa, assim como, a equipe do voleibol. Já a ginastica rítmica, por exemplo, está tendo aulas ao vivo com orientação da professora, através de um aplicativo e, nas demais modalidades, os treinadores estão passando os exercícios regularmente através de vídeos e também recebendo vídeos dos alunos praticando essas atividades”, revela a coordenadora.

“Com a paralisação das atividades por conta da pandemia a periodização do treinamento fica afetada, para um atleta de alto rendimento em desenvolvimento e isso coloca em xeque a preparação do mesmo para uma futura projeção do calendário competitivo”, afirmou o treinador Cristiano Macedo França. “Com a utilização da tecnologia nós conseguimos manter esse atleta dentro de um nível aceitável de preparação física, mantemos o contato aumentando a motivação e evitando a ociosidade, que nesse momento de isolamento é uma preocupação da comissão técnica”, acrescentou, antes de concluir: “Manter esse empenho natural de um atleta de alto rendimento nesse período é um dos focos dessa metodologia de treinamento a distância”.

Atleta do sub-15 de futebol, Gustavo Gonçalves, de 14 anos, morador do Caxito, vem mantendo a forma física em casa, sob a orientação dos professores. Para aumentar a motivação o jogador ganhou um companheiro de treino, seu pai.

“Sempre gostei de praticar atividades físicas e nesse momento de pandemia, como não podemos sair de casa, fica complicado e as alternativas encontradas pela Secretaria de Esportes têm sido bastante motivadoras. Por me ver treinando em casa, meu pai se animou e está praticando comigo. Todos os dias, em um determinado horário, treinamos e no final improvisamos uma rede com uma corda de varal e jogamos futevôlei. Meu pai me contou que ele fazia isso quando era criança e toda essa ação tem sido muito legal, afinal o importante é não perder o ritmo”, completou Gustavo.

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