O Serviço de Atendimento de Reabilitação Especial de Maricá (SAREM), equipamento vinculado à Secretaria de Assistência Social de Maricá, promoveu, na segunda-feira (17/02), uma palestra sobre os impactos da alimentação industrializada na saúde da criança para os profissionais da Saúde, Educação e para os pais dos atendidos na unidade.

O evento ocorreu no Espaço Sal da Terra, no Centro, e a apresentação ficou a cargo de Barbara Dias Costa, técnica em laticínios pelo instituto de laticínios Cândido Tostes/EPAMIG, farmacêutica pela Faculdade de Ciências médicas e da Saúde de Juiz de Fora-SUPREMA e pós graduanda em inovação em fitomedicamentos/farmanguinhos-Fiocruz.

Barbara iniciou abordando sobre alimentos apresentados às crianças logo nos primeiros anos da infância e a importância de introduzir nas papinhas do bebê as verduras, os legumes, as raízes e, mais tarde, os grãos integrais e as leguminosas (a menos que o pediatra indique algo diferente).

A técnica abordou também sobre a Revolução Verde, que tem sua origem após a Segunda Guerra Mundial quando a fome era um problema real em países da África subsaariana e da Ásia meridional e consistiu em usar a melhor tecnologia para produzir mais alimentos no mesmo espaço de terra.

Deste modo, se desenvolveram sementes de plantas geneticamente modificadas que produziam mais, tinham melhor resposta a fertilizantes e maiores resistências a pragas. Em desvantagem, a revolução verde causou dependência das grandes indústrias que produzem diversos tipos de sementes transgênicas, fertilizantes e agrotóxicos.

“Atualmente, 539 tipos de pesticidas são liberados conforme o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos pela ANVISA e cerca de 70% da alimentação dos brasileiros provém do pequeno agricultor”, afirma Bárbara, deixando clara a existência de uma relação entre a necessidade do pequeno agricultor e a pressão das grandes indústrias alimentícias para que utilizem estes pesticidas.

A pesquisadora também comentou sobre os efeitos do Glifosato, defensivo agrícola há anos no centro de enorme polêmica em torno dos efeitos de seu uso sobre as populações. Segundo Bárbara, estaria fortemente relacionado ao autismo, de tal maneira que, até 2025, 50% das crianças apresentariam o distúrbio por conta do contato com a substância.

Segundo a cientista sênior de pesquisa do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), Dra. Stephanie Seneff, O uso excessivo de glifosato na produção de alimentos estaria causando doenças como Alzheimer, autismo, câncer, doenças cardiovasculares e deficiências da nutrição, entre outros.

Entre os presentes, houve quem lembrasse também que há casos em que a alimentação industrializada é incompatível com o organismo por questões naturais. Caroline Vitorino, de 35 anos, é mãe de Isaac e Yasmim diagnosticados, respectivamente, com autismo e TDH, deu seu depoimento no final do evento.

“Logo que as crianças foram diagnosticadas, foram realizados diversos exames e descoberto que eles tinham intolerância a glúten, leite e lactose. Foi aí que me informei e comecei a fazer alimentos com trigo sarraceno, pois não tem glúten e é mais proteico”, declarou Caroline.

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