Foi encerrado nesta segunda-feira (03/02) o curso de Sabores e Práticas Integrativas e Tradicionais em Saúde para a População do Campo, realizado na Fazenda Ibiaci, no Espraiado. Os alunos aprenderam a identificar e manusear plantas medicinais e também receberam aulas de técnicas holísticas de tratamento da saúde, como o shiatsu e a radiestesia.
Coordenador do curso, vinculado à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Comunicações, o professor da Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz) Maurício Monken ressalta que o objetivo é dissociar a ideia de saúde da de “ausência de doença” e trabalhar tratamentos e curas para além da prática médica convencional.
“Para isso, focamos no uso de plantas medicinais e de técnicas como o shiatsu, que os alunos agora poderão replicar em seus assentamentos”, explicou o professor, lembrando que o curso é realizado em parceria com o Movimento dos Sem Terra (MST). “A ideia é que os alunos voltem para seus assentamentos de origem, onde serão criados espaços de cuidado, com a aplicação dessas técnicas aprendidas no curso”.
Iva de Oliveira veio de Quatis, no sul do estado, para fazer o curso, e disse já estar aproveitando o que aprendeu. “É muito útil encontrar, no quintal de sua casa, um matinho que serve como remédio. Já estou fazendo um para controlar minha diabetes, e a glicose baixou de mais de 500 para 120”, contou ela.
Secretário de Ciência, Tecnologia e Comunicações de Maricá, Sérgio Mesquita destacou que o curso é também uma ponte para outros projetos, como o laboratório de pesquisa e desenvolvimento de medicamentos fitoterápicos, a ser implantado no Distrito de Inovação da cidade.
“Juntamos a tecnologia da Fiocruz e a experiência do MST no manejo desses fitoterápicos para que pesquisadores do Brasil e do mundo tenham acesso a todo esse conhecimento”, afirmou, lembrando que o conhecimento acumulado pode render dividendos até financeiros para Maricá, dentro do conceito de pensar o futuro da cidade sem os recursos da exploração de petróleo.
