Cerca de 100 profissionais da área de Saúde de Maricá participaram nesta segunda-feira (02/12) do “3º Seminário de HIV/Aids: A Saúde da População LGBTi+ Toda Vida Vale a Pena”. Promovido pela Coordenadoria de IST/HIV, com apoio da Coordenadoria LGBT e pelos Fóruns LGBTs de Maricá, o encontro foi realizado no Rotary Clube da cidade.

A secretária da pasta, Simone da Costa, ressaltou a importância de conscientizar sobre AIDS na palestra “Diagnóstico e Serviços de Prevenção para as Populações chave (LGBTI+) e a metas para ampliação do atendimento”.

“Há alguns grupos, principalmente os mais jovens, não viveram o temor da AIDS e isso faz com que aumente a viralização. Vale destacar que a detecção precoce é fundamental para o tratamento e redução da transmissão”, ressaltou.

Ainda de acordo com a secretaria, em todas as unidades de saúde do município, é possível realizar o teste rápido para detecção da AIDS; e no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), o teste pode ser feito durante 24h, com resultado em 30 minutos.

“Em caso de resultado positivo para HIV, o paciente é orientado e encaminhado para atendimento especializado e começamos logo com a terapia antirretroviral. Há medicamentos que atuam em todas as fases do HIV, bloqueando as diferentes etapas. Nossa meta é o paciente chegar a carga viral indetectável”, explicou.

“Esse encontro busca fortalecer as políticas públicas da saúde e as formas de prevenção ao HIV/AIDS. Precisamos da vivência de quem está na ponta, nos postos de saúde para acolher bem o paciente e sensibilizar a população do que é o HIV/AIDS”, enfatizou a coordenadora do programa DST/AIDS do município, Claudia Rodrigues. De acordo com a coordenadora, somente em novembro, foram realizados gratuitamente no CTA 769 testes de HIV, sífilis, Hepatite B e C.

O médico imunologista, que atua na coordenação do programa DST/AIDS do município, Marcelo Velho Mendes, abordou o tema “Os Serviços de Assistência Especializados e Prevenção de Maricá”.

“A prevenção é essencial. Não esperamos mais o paciente ficar doente para iniciar o tratamento, pois a doença se manifesta de sete a dez anos após. Quase da metade dos casos de HIV são diagnosticados tardiamente. Novecentas mil pessoas vivem com HIV e 125 mil não sabem que possuem o vírus. Isso se agrava porque elas podem estar transmitindo a AIDS sem saber”, destacou.

Com o tema “Seguridade Social, família, trabalho, administração e direitos aos servidores públicos”, a subsecretária de Assistência Social, Laura Maria Vieira, falou sobre a criação do programa DST/AIDS no município.

“É um trabalho de longa data e que exige a atenção, o cuidado e o acolhimento de todas as secretarias. Hoje, não temos casos no município de transmissão vertical (infecção a partir da mãe para o seu feto no útero ou recém-nascido durante o parto)”, declarou.

O presidente do Grupo pela Vidda Niterói, Inácio Queiroz, abordou o tema “Instalação da Frente Parlamentar do Enfrentamento à Aids, Hepatites Virais e Tuberculose”.

“Estou há 28 anos nesse trabalho contra a epidemia. A frente tem a proposta de intensificar a luta pela redução da incidência do HIV na população brasileira, combater o preconceito e discriminação, bem como, a inclusão social e a melhoria da qualidade de vida das pessoas vivendo com as IST´s”, salientou.

De acordo com o último boletim epidemiológico HIV/AIDS divulgado pelo Ministério da Saúde (2018), nos últimos cinco anos, o Brasil registrou uma média anual de 40 mil novos casos de HIV. Anualmente, cerca de doze mil brasileiros morrem de AIDS.

“Nossos jovens negros e gays estão sendo assassinados. Estão usando a religião para criminalizar os gays, trans e travestis. Não podemos permitir isso, temos que acolher e respeitar as diferenças. Queremos lutar pela paz, pela vida e pela garantia de direitos. O nosso Sistema Único de Saúde (SUS) está sendo desconstruído. E não podemos ficar sem ele”, enfatizou o coordenador de Politicas LGBT, Carlos Alves.

“Muito produtivo poder participar desse encontro, trocar experiências e ampliar nossos conhecimentos”, salientou a enfermeira do ESF São José do Imbassaí, Vanessa Ruscy. “Muito esclarecedor. Esse seminário nos permite aprimorar cada vez mais o atendimento aos pacientes”, frisou o técnico de laboratório do CTA, Amaro Raimundo Santos Júnior.

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