Fórum de População em Situação de Rua - Foto: Kelly Rodrigues

O Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS), equipamento administrado pela Secretaria de Assistência Social, realizou, nesta quarta-feira (30/10), o II Fórum de Discussão sobre e com a População em Situação de Rua, com a temática “Estratégia de Cuidados: Compartilhando experiências para pensar nas práticas”. O encontro aconteceu no espaço Sal da Terra, no Centro.

A mesa de abertura foi composta pelas subsecretárias de Assistência Social e Saúde, Laura Costa e Solange Oliveira,  pelo professor de Educação Física do SEAS, Moisés Abrão e pelos representantes da população em situação de rua, Vladimir Coelho e Flavio.

O encontro contou com as presenças do secretário de Assistência Social, Jorge Castor, do coordenador da humanização da Secretaria de Saúde, Jessé Paz, da secretária de Assistência Social e do diretor-geral da pasta de Niterói, Flávia Mariano e Vilde Dorian.

Moisés apresentou os serviços do equipamento SEAS/MARICÁ e disse que o Fórum será permanente para debates e propostas de políticas públicas para o melhor acolhimento deste público alvo. “Já trabalhei nas secretarias de Educação e Saúde e digo que a intersetorialidade é fundamental para um fluxo de atendimento eficiente”, declarou Laura.

Solange reforçou sobre o combate à exclusão social, a batalha pela equidade de todos os cidadãos e um olhar integral nas ações de políticas públicas. Já Vladimir relatou que os profissionais da rede socioassistencial são como uma família para ele, pois todos o acolhem sem preconceitos. E Flavio agradeceu a oportunidade do protagonismo no evento. “Só recebi afeto e atenção dos profissionais que me acompanham”, completou.

Em seguida foram apresentados os serviços dos Consultórios na Rua do Rio, Niterói e Maricá. O mestre em saúde coletiva pela Universidade Federal Fluminense (UFF), assessor da Superintendência de Atenção Psicossocial e Populações Vulneráveis da Secretaria Estadual de Saúde e Coordenador do Consultório na Rua de Niterói, Alexandre Trino, alertou que problemas complexos exigem dos profissionais soluções complexas.

“Em Niterói, há 600 usuários cadastrados no Consultório na Rua, o que requer ações que às vezes não estão nos limites do setor. Precisamos o tempo todo costurar com outras políticas públicas, que giram em torno dos nossos usuários”, citou. “A perspectiva de cuidar das pessoas tem que ser singular, a partir do histórico de vida de uma, conforme a realidade de cada território, por meio de um conceito de acolhimento e proteção social de cuidado potencializando os atendimento”, prosseguiu, aconselhando os profissionais a trabalhar com baixas exigências e aos poucos ir tornando este usuário um cidadão com consciência de pertencimento na sociedade.

Juliana Marins, enfermeira e coordenadora do Consultório na Rua de Maricá, apresentou as ações, demandas e fluxos que desenvolve diariamente com sua equipe. “Nós fazemos todos os acessos dos usuários à rede de saúde, além dos encaminhamentos, quando há necessidade para as secretarias de Assistência Social e Políticas Inclusivas”, explicou. “Atualmente, há 106 pessoas em situação de rua, sendo que 45 estão em processo de ressocialização familiar. Onde existe pessoa, nós enxergamos cidadãos”, acrescentou.

Daniel de Souza, mobilizador da ABORDA Brasil, articulador do Consultório na Rua de Manguinhos (Rio), arte educador do CAPS AD Raul Seixas e idealizador da Rede Nacional de Consultórios na/de Rua, explanou em seguida sobre tornar esta população visível. “Maricá é uma cidade fora da curva, pois todas as políticas públicas se envolvem nas ações propostas e os profissionais são bastante atuantes”, finalizou.

Na parte da tarde, os presentes participaram de uma roda de conversa para discutir as ações realizadas, após pactuadas no I Fórum. Na entrada do salão, o usuário do SEAS, Marcelo Gregório de Oliveira expôs peças de  artesanato feitas com materiais recicláveis.

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