Sala Cult homenageia Gonzaguinha com shows nas lonas de Itaipuaçu, Inoã e Barra de 25 a 27/10 - Foto: Katito Carvalho

“Nosso Recado” é o tributo a Gonzaguinha que o projeto Sala Cult apresenta nas lonas culturais de Itaipuaçu na sexta-feira (25/10), Inoã no sábado (26/10) e Barra no domingo (27/10), a partir das 19h. O público vai poder ouvir músicas que marcaram uma geração, como “Comportamento Geral”, “Explode Coração”, “Sangrando”, “Eu Apenas Queria Que Você Soubesse”, “Recado” e outras mais.

“Estávamos devendo fazer Gonzaguinha porque o público já vinha pedindo um Sala Cult com ele faz tempo. E está sendo um prazer, já nos ensaios com a banda, planejar o set list com a quantidade de canções extraordinárias desse cara que poderia ter nos enriquecido muito mais com suas composições, se não tivesse morrido novo ainda”, avalia Dalva Alves, coordenadora de Música da Secretaria de Cultura e vocalista da Banda Cult.

Um dos fundadores do então Movimento Artístico Universitário (ao lado de nomes como Ivan Lins, Dominguinhos e Aldir Blanc), Gonzaguinha traçou uma trajetória única ao se destacar, em plena ditadura, com a canção “Comportamento Geral” – atual até hoje.

Censurada, com proibição total de veiculação em qualquer circunstância, a música projetou o compositor como um dos nomes mais representativos da cultura de protesto contra a repressão e a falta de liberdade.

A letra é um grito e uma crítica ao momento político em versos poderosos como  “Você deve aprender a baixar a cabeça / E dizer sempre: muito obrigado / São palavras que ainda te deixam dizer / Por ser homem bem disciplinado /  Deve pois só fazer pelo bem da nação / Tudo aquilo que for ordenado / Pra ganhar um fuscão no juízo final / E diploma de bem-comportado”.

Curiosamente, “Comportamento Geral” tinha sido apresentada pela primeira vez em 1973, num programa de auditório de grande audiência na época, da extinta TV Tupi, comandado pelo apresentador Flavio Cavalcante. Além de ser chamado de terrorista pelos jurados do programa, a canção rendeu a Gonzaguinha uma ida ao Departamento de Ordem Política e Social (Dops), o centro da repressão do regime militar.

Quando morreu, em um acidente de carro no Paraná, em 1991, Gonzaguinha ainda colhia os louros do sucesso em uma linha mais romântica, e também do feliz reencontro com o pai, Luiz Gonaga (o Rei do Baião), que rendeu um turnê nacional dez anos antes.

“Um compositor que marcou a MPB tanto do ponto de vista social quanto musical, deixando letras atemporais, que ainda vão continuar sensibilizando as próximas gerações”, conclui Andréa Cunha, secretária de Cultura.

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