Roda de conversa de prevenção ao suicídio - Foto: Evelen Gouvêa

“Por que vale a pena viver?” foi o tema da dinâmica de grupo realizada na tarde desta terça-feira (24/09) na sede do Centro de Atenção Psicossocial a Álcool e outras Drogas (CAPS – AD), da Secretaria de Saúde. O encontro aconteceu na Rua Clímaco Pereira, 259, Centro, e reuniu cerca de 50 pessoas entre pacientes e familiares em alusão ao “Setembro Amarelo”, mês em que se chama a atenção para os casos de suicídio.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) são aproximadamente 800 mil casos de suicídio que ocorrem no mundo por ano e cerca de uma morte a cada 40 segundos.

Composto por uma equipe em torno de 16 profissionais entre psicólogos, médicos psiquiatras, terapeuta educacional, oficineira, professor de educação física, clínico-geral e demais cargos, o CAPS atende diariamente uma média de 25 a 35 pessoas com problemas com drogas, álcool e comportamentos compulsivos de uma forma geral.

“A ideia é que cada um aqui saia sensibilizado para que se possa expandir como se fosse uma corrente do bem. Não podemos nos restringir ao ‘Setembro Amarelo’. Precisamos chamar a atenção pois ‘Setembro Amarelo’ é todo dia”, avaliou o diretor da unidade, o psicólogo César Vielas.

Há cinco anos fazendo o tratamento no CAPS, Jony Cleiton da Silva, de 51 anos, contou que aos poucos tem conseguido superar uma depressão profunda após passar por um processo de separação conjugal, e que teve como consequência sua imersão nas drogas.

“O CAPS tem sido um apoio para minha sobrevivência. Essa medicação e a terapia da psicóloga tem me ajudado muito a sobreviver”, disse o morador do Flamengo, acrescentando a dificuldade que é ser reinserido na sociedade.

“Quem é usuário de droga sempre está relacionado à criminalidade e à marginalidade e comigo não foi diferente. Se não é o CAPS hoje, acho que estaria de volta a uma penitenciária ou sendo morador de rua”, concluiu.

Mãe de paciente que não quis se identificar e que frequenta a unidade há três anos para também tratar de uma depressão, Altina Maria da Glória Silva, de 63 anos, comentou que o tratamento tem mudado no comportamento de seu filho.

“Ele está mais tranquilo. Agora já reconhece a dor nas outras pessoas, já pede desculpas e isso facilitou bem a vida familiar”, afirmou. “Tenho recebido muito apoio do CAPS e isso tem sido fundamental. Se não fosse o CAPS, acho que ele teria morrido”, completou.

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