Os 60 alunos, de oito a 17 anos, da 5ª edição do Projeto Onda Certa de inverno, realizada na Praia de Ponta Negra, participaram na manhã desta segunda-feira (22/07) de uma ação de limpeza da areia da praia, numa parceria entre as secretarias de Proteção e Defesa Civil e Cidade Sustentável.
Além das atividades físicas aeróbicas e anaeróbicas habituais do projeto, como corrida, polichinelo e flexão de braço, os alunos receberam dicas de preservação do meio ambiente, manusearam conchas, pés de diversos tipos de aves marinhas e carcaça de tartaruga e coletaram os resíduos encontrados na areia, ressaltando que as tampinhas plásticas encontradas serão direcionadas para a Escola Municipal do Espraiado que irá doar para um projeto da Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR) do Rio, para ser revertida na compra de cadeiras de rodas.
As amigas e quase xarás, ambas de nove anos, Nicoly Pinto de Oliveira, e Nicole Sampaio Farias, adoraram descobrir curiosidades da fauna marinha. “Não sabia que por confundir sacola plástica com água marinha, a tartaruga comia o saco e acabava morrendo. Gostei ainda mais por poder mexer no esqueleto da baleia”, destacou Nicole. Já para sua amiga Nicoly, o mais legal foi recolher lixo na areia. “Encontrei saco e canudo de plástico e tampinha de garrafa. É uma pena ver que as pessoas não
cuidam do ambiente. Se eu vou à praia, eu levo meu lixo para casa”, destacou.
O secretário da pasta de Cidade Sustentável, Hélter Ferreira, ressaltou a importância da ação. “Muito gratificante participar e ter a oportunidade de plantar a semente da consciência ecológica. Temos a certeza de que esse aprendizado se refletirá numa mudança de comportamento destas crianças”, afirmou.
Adryan Lucas Souza Lima, de 10 anos, que participou de todas as edições do Onda Certa, adora o projeto por permitir estar com amigos. “Se tivesse em casa, estaria jogando no celular e aqui posso correr, brincar, nadar e ainda aprender sobre o meio ambiente. Não sabia que uma garrafa de vidro leva 1 milhão de anos para se decompor”.
A mãe de Adryan, Patrícia Aparecida Rocha, de 37 amos, moradora de Bambuí, disse que o projeto fez com que seu filho tivesse noção e respeito sobre a condição do mar. “Ele se desenvolveu muito mais. Fala com propriedade sobre o mar e sobre amor e respeito ao meio ambiente. Ele chega em casa cansado de tanto se movimentar, mas, no dia seguinte, acorda com disposição e pronto para participar esteja sol ou frio”, relatou.
A moradora do bairro Amizade, Kaylane Siqueira Ribeiro, de 15 anos, participa pela primeira vez do projeto e para ela é muito benéfico pela prática de atividades físicas. “É bem melhor estar aqui interagindo com outras pessoas, aprendendo mais coisas e me divertindo. Quero participar de outras edições”, frisou.
Quem também não falta um dia sequer é Fernanda do Nascimento Soares, de 11 anos. Sua mãe Nora do Nascimento, de 52 anos, disse que até meio febril e com dor de garganta, ela quis participar. “Percebo o quanto os instrutores cuidam com carinho dos alunos e isso é retribuído dessa forma. Eles já estão lamentando que as férias estejam acabando e com isso o projeto também. E outra coisa que noto quando vamos a praia é o quanto ela tem noção de onde tem vala e onde há perigo. Já a vi dando orientações a outros amigos sobre o que fazer para não se afogar”, declarou Nora.
Um dos guarda-vidas do projeto, Luiz Fabiano da Costa, que atua há mais de 19 anos, ressaltou a importância da ação. “Esse projeto tira a criança da ociosidade e ainda contribui para melhorar a saúde, disposição e formação social. Nossa ideia é mesclar educação ambiental com atividades aquáticas visando, inclusive, a diminuição do índice de afogamentos na nossa orla”, salientou, acrescentando que o projeto segue até a próxima sexta-feira (26/7).
A Defesa Civil de Maricá conta com 21 postos e 64 guarda-vidas em seu quadro. De janeiro a junho foram totalizadas 46.462 prevenções, que incluem alertas de perigo, onde o guarda-vidas se dirige a uma situação de risco, orientando crianças, idosos e banhistas sobre os perigos do mar como ondas e correntezas, e somados a isso, ocorrem, nestes seis primeiros meses, 631 socorros.
