Proposta de atendimento para população em situação de rua - Foto: Katito Carvalho

A Secretaria de Políticas Inclusivas de Maricá realizou nesta terça-feira (11/06) um simpósio para apresentar o Fluxograma de Atendimento a Pessoas em Situação de Rua, que começa a ser implementado na cidade.

O propósito é criar uma rede de atendimento para esta população que inclui diferentes setores da administração municipal como Saúde, Trabalho, Educação, Habitação, Economia Solidária, Cultura e Esporte. O evento ocorreu no Cinema Henfil, no Centro.

A abertura foi feita pela secretária Sheila Pinto e teve como palestrantes a professora  de Serviço Social da UFF, Andreia Ledig, e o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem do Advogados do Brasil (OAB) em Maricá, Jorge Paes, além da participação da vice-presidente local da entidade, Luciene Mourão.

No geral, foi falado sobre o conceito de direitos humanos e sobre como é abordado atualmente. “Esse conceito vem sendo banalizado e desconstruído há bastante tempo, além de ser confundido com impunidade, o que é um erro. A noção correta de direitos humanos serve de base para este trabalho”, afirmou Andreia Ledig.

Sheila Pinto explicou que o fluxograma vai funcionar acionando toda essa rede de colaboração, de modo a resgatar o sentimento de dignidade dessas pessoas.

Segundo a secretária, Maricá teve 64 atendimentos no mês de maio, dos quais 20 foram para gente recém-chegada à cidade.

“Essa é uma população sempre sazonal, com uma quantidade flutuante de acordo com a época. O número tende sempre a aumentar no verão, quando a cidade atrai mais pessoas de fora, mas há os chamados andarilhos, que apenas passam por aqui, e as que ficam e acabam nos procurando. Esse número já foi muito maior e nós conseguimos diminuir. O que queremos agora é ter uma rede de proteção consolidada”, disse ela.

Na plateia do simpósio, além de pessoas ligadas ao setor, havia também alguns dos atendidos pela secretaria por estarem em situação de rua. Uma dessas histórias foi apontada por Shiela Pinto como uma das mais simbólicas. Cleber dos Santos, de 33 anos chegou a Maricá há cerca de seis meses à procura de ajuda do pai, que mora na cidade. Sem sucesso, ele começou a dormir nas ruas da cidade e buscou ajuda no órgão municipal.

“Hoje já tenho um direcionamento para emprego na construção do gasoduto de Jaconé e, agora, quero me estabilizar na vida. Todos lá me ajudaram muito porque eu estava sem expectativas e, agora, tenho um caminho a seguir. Aqui em Maricá, a secretaria é a minha família, eu só tenho a agradecer”, exaltou Cleber que é pai de duas filhas e esteve preso por três anos e meio.

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