Curso de prevenção de desastres da Defesa Civil - Foto: Elsson Campos

A Secretaria de Proteção e Defesa Civil de Maricá realizou na manhã desta terça-feira (11/06), na Faculdade Maricá (Flamengo), a abertura do curso de “Meteorologia Aplicada” para cerca de 60 profissionais que já atuam na Defesa Civil, não só da cidade, mas também de Casimiro de Abreu, Cordeiro, Saquarema, Rio das Ostras, Duque de Caxias, São Paulo, Friburgo, São João de Meriti, Búzios, Brasília, Manaus, Itaboraí, Fortaleza, entre outros.

O curso acontece até a próxima sexta-feira, dia 14/06 e tem como objetivo fazer com que os profissionais entendam a necessidade da meteorologia e conheçam as ferramentas necessárias para ajudar na gestão de redução de desastres.

“Nós fazemos um boletim diariamente em Maricá para que possa haver um planejamento de ações. Por isso, o serviço se tornou essencial para o município. Precisamos estar cientes de que temos uma responsabilidade social de manter tranquilos todos que estão sobre nossa égide”, explicou Major Wellington Silva.

Meteorologista de Maricá, Christiane Nascimento Santos explicou o conceito de meteorologia, a ciência que estuda a atmosfera terrestre. “Os meteoros apresentam características diversas e se classificam em quatro diferentes grupos: hidrometeoros, litometeoros, fotometeoros e eletrometeoros. Não trabalhamos só a previsão do tempo, mas também apoiamos a aeronáutica (pouso e decolagem), a marinha (mares e ondas) e a parte ambiental (controle de poluição atmosférica, planejamento urbano)”, disse.

Christiane ressaltou ainda que a latitude, a circulação atmosférica, altitude/relevo, correntes marítimas, maritimidade fator antrópico e a vegetação podem interferir, causando alterações a nível global. “O Rio de Janeiro é uma cidade muito densa e tem uma proximidade maior com o continente. Já Maricá é menos densa urbanizadamente falando. É importante observar essa alteração local, porque mesmo que sob a mesma circulação, as cidades agem de formas diferentes. Isso faz com que a avaliação também seja feita de forma diferente”, acrescentou.

Segundo ela, a principal área de atuação meteorológica é a prevenção dos desastres. Por isso, a necessidade de um monitoramento e a realização da previsão do tempo, tendo como principais parâmetros que podem causar problemas a população e necessitam de aviso: a precipitação, a velocidade do tempo, a temperatura e a umidade.

“Em Maricá, que é nossa responsabilidade, a previsão não é só feita para os agentes da Defesa Civil. Ela é disponibilizada também para a população de segunda a sexta-feira, com validade de até 48 horas”, completou.

Alguns profissionais fizeram questão de tirar dúvidas, outros compartillharam experiências que podem ajudar os demais profissionais e houve até quem questionasse o fato de suas cidades não terem um profissional especializado para o serviço, o que algumas vezes atrapalha no diagnóstico da mudança de tempo, causando muitas vezes, um deley (atraso) de informações.

“Radar não é ferramenta de previsão do tempo para 24 horas. Ele auxilia apenas no monitoramento das previsões por cerca de uma ou duas horas. Precisamos de imagens de satélite”, rebateu Christiane, frisando a necessidade de trabalhar com muitas limitações na realização de um trabalho competente. “Vir para esse curso já mostra o quanto vocês estão interessados em realizar um trabalho eficiente em suas cidades”, elogiou a profissional.

A classificação de estágios  e como realizar essa mudança também estiveram em debate.
Sub-coordenador de Silva Jardim, Augusto César é um dos profissionais que está participando do curso. “No nosso município temos problemas de inundação, zonas de grande possibilidade de deslizamento de pedras e tudo isso envolve meteorologia. Então, com o curso, vou estar mais capacitado para ajudar nessas questões”, garantiu.

Primeiro sargento, Sharle Souza veio do Espírito Santo. “Resolvi fazer o curso pela indicação de amigos e porque a temática do curso tem a ver com o que trabalhamos lá. Por isso, trouxemos a equipe de plantão para buscar conhecimento e estar replicando todo o conhecimento lá”, pontuou.

Do Distrito Federal, sargento do Corpo de Bombeiros e assessor da Defesa Civil, Italo Dutra explicou que o curso veio em ótima hora. “O Distrito Federal passa por um momento meteorológico complicado. Tivemos uma crise hídrica em 2017 com racionamento de água. Além disso, estão ocorrendo chuvas torrenciais nos últimos períodos causando enxurradas, alagamentos e solapamento de solo (encharcamento) ocasionando quedas de muros e outras ocorrências que geram riscos à população. Tentando minimizar esses riscos, trouxemos uma equipe para cá, com quatro pessoas, para repassarmos para as outras Defesa Civis do entorno, que fazem fronteira conosco, como Goiás e Minas e auxiliarmos a população”, esclareceu.

Agente que atua em Maricá, Flávio Cardoso resumiu: “Quero aprimorar meu conhecimento e poder ajudar a população nessa questão da prevenção”, disse.

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