Roda de conversa sobre autismo - Foto: Katito Carvalho

“Ser diferente é normal”. É com este tema que pais e alunos e ex-alunos do Centro de Educação Infantil Municipal (CEIM) Valéria Ramos dos Passos, em Itaipuaçu, se reuniram para uma roda de conversa no Mês de Conscientização do Autismo (dia mundial comemorado em 02/04). O CEIM há cinco anos trabalha com alunos do Maternal ao Pré-2 do Ensino Infantil, de dois a cinco anos de idade. A diretora Ângela Maria Gomes está no cargo desde a inauguração.

“Para trabalhar com a inclusão é necessário gostar do que faz e ter muito respeito e carinho pelas crianças e pelos pais. A escola serve de apoio para estas famílias, pois, sem este apoio, o que seria deles? Ver todos reunidos hoje aqui é importante para que os pais de crianças que não têm deficiência também aprendam que é dever de todos nós respeitar e cuidar dessas preciosidades”, disse a diretora que há 15 anos trabalha na rede e já trabalhou com crianças no Instituto Nacional do Câncer (INCA).

Representante civil do Conselho Municipal do Direito da Pessoa com Deficiência (Comdef), Maria da Conceição de Lima, de 42 anos, é mãe da ex-aluna Thalyta Ferreira, de oito anos, que tem síndrome de Down. Ela participou da roda de conversa na condição de mãe de criança com deficiência e deu relatos sobre o tempo que a filha estudou e se desenvolveu no CEIM.

“O meu maior medo é do futuro, quando eu não estiver aqui para cuidar da Thalyta e nessa escola eu encontrei um apoio que fez toda a diferença no desenvolvimento da minha filha. Hoje ela está numa escola extensão dessa, que é a E.M Maria Cristina de Lima Correa”, disse.

Maria da Conceição também explicou sobre o Comdef e como os pais de pessoas com deficiência podem conseguir apoio. “Toda segunda quinta-feira do mês nós temos reunião no Conselho, onde conseguimos falar sobre questões de educação e saúde, onde conseguimos o auxílio aos que precisam e assim avançamos na questão do apoio aos deficientes e suas famílias”, explicou.

“O CEIM é bastante acolhedor para as crianças que têm deficiência e tem um grande suporte. Meu filho tem autismo, é hiperativo e no contraturno fica na sala de recursos, onde tem apoio de mediadores auxiliando no desenvolvimento. Eu noto a alegria dele em vir e isso nada no mundo paga”, relatou a mãe de Davi Lione, de cinco anos, aluno do Pré-2, Viviane Lione, de 40 anos.

Mãe do ex-aluno Ravi Farias, de oito anos, Fernanda Farias, de 38 anos, fez questão de participar da roda de conversa em companhia da filha caçula Agatha, de 10 meses e falou sobre o tempo que o filho estudou no CEIM. “O Ravi, quando chegou aqui na escola, veio como um aluno qualquer e, embora ele agisse diferente das outras crianças, a gente não conseguia perceber que ele tinha autismo. Até então, achávamos que os autistas eram iguais aos dos filmes, que só ficavam se balançando, mas quando começamos a entender sobre isso, aprendemos que existem muitos graus”, falou.

Após o diagnóstico, segundo ela Ravi passou do autismo grave para o leve. “O Ravi tinha grau grave, pois não falava e não interagia com as outras crianças. Com o apoio da escola ele começou a se desenvolver e quando começou a falar, falava com a gente em inglês e queria que respondêssemos em inglês também. Os autistas têm umas peculiaridades e nós aprendemos a lidar com as dele. Sou imensamente feliz por ter conhecido o CEIM e ter recebido o apoio na época da descoberta”, finalizou.

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