Reforma da Casa de Cultura - Foto: Clarildo Menezes

Um dos importantes pontos turísticos e que guarda grande parte da história de Maricá, a Casa de Cultura vai continuar sendo submetida a um detalhado processo de revitalização. Situada no coração da cidade, na Praça Orlando de Barros Pimentel, no Centro, a construção com mais de 200 anos de história receberá novas estruturas como forração de madeira maçaranduba, elevador adaptado para dar acessibilidade sem interferir na estrutura do local, entre outras reformulações.

A intervenção, aprovada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), órgão responsável pelo tombamento do prédio, será feita por meio de um convênio entre a Prefeitura de Maricá e a Caixa Econômica Federal. O investimento total é de R$ 558,3 mil, sendo que R$ 44,6 mil custeados pelo município e os outros R$ 513,6 mil oriundos do convênio.

A restauração teve início em meados de 2015, mas por conta da necessidade de readequações junto à Caixa Econômica Federal, teve que ser paralisada. No entanto, a reprogramação foi autorizada pela mandatária do contrato e a obra será retomada após o período do Carnaval. No momento estão sendo feitas apenas manutenções internas pela empresa contratada.

O responsável pela Coordenadoria de Interlocução Institucional e Aprovação de Projetos do Município, Romildo Candido da Silva, garantiu que a Casa de Cultura vai ser entregue da mesma forma como era, porém, com estruturação mais nova e segura. “Será feita a troca dos barrotes (vigas de madeira que dão sustentação à estrutura); serão colocadas caixas de prospecção (compartimentos fechados nos quais ficarão expostos os materiais originais do local) como a latrina que existia e dutos de cobre que existiam na época”, explicou Romildo.

Por ser um monumento de grande relevância histórica na cidade, os equipamentos estão sendo substituídos de tal forma que se assemelhem à sua originalidade, o que demanda um prazo mais longo para todo o processo. Para os telhados, por exemplo, a equipe contratada precisou pesquisar e conseguiu localizar na Bahia telhas similares às originais, que foram moldadas nas coxas dos escravos da época. Segundo Romildo, o material foi encontrado após a demolição de uma casa que não estava tombada nem pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e nem pelo órgão responsável pelo patrimônio do Estado, o que foi devidamente confimado junto a estes órgãos. “Embora não seja a telha da época, a Casa de Cultura hoje retornou à originalidade de ter uma cobertura com uma telha fabricada pelo mesmo processo”, afirmou Romildo, acrescentando que a restauração dos telhados está sendo custeada 100% com recursos do município.

Dentre as mudanças previstas para a Casa de Cultura estão o rebaixamento em madeira, conhecido como saia-blusa; reforma do pórtico de entrada, construção de banheiro masculino e feminino com acessibilidade, climatização com ar-condicionado portátil, nivelamento das pedras originais, além de calçamento no entorno.

Para a Secretária de Cultura, Andrea Cunha, o reinício das obras será um empenho para devolver à Praça Orlando de Barros Pimentel o seu cartão de visitas: “A restauração da Casa de Cultura representa respeito à história do município e, acima de tudo, aos moradores. Um prédio levantado no século XIX e que abrigou tanto a Prefeitura quanto a cadeia pública faz parte das lembranças de gerações”, apontou.

Orgulhoso, o restaurador responsável, Alexandre Shiachticas, externou a emoção em poder participar do processo de um monumento tão significativo para a cidade. “Fico feliz e orgulhoso porque que são um dos poucos patrimônios que nós temos na cidade hoje com mais de 100 anos que é essa Casa aqui e a Igreja Matriz. Esse trabalho de restauração é muito importante para ficar para as futuras gerações”, completou o escultor, especializado neste tipo de trabalho.

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