Objetivo principal do evento é o combate ao preconceito contra mulheres lésbicas - Foto: Clarildo Menezes

O Cineteatro Henfil, no Centro, recebeu nesta quarta-feira (29/08) diversas atividades pelo Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, entre elas, palestras, apresentações culturais e musicais. Promovido pela Secretaria de Participação Popular, Direitos Humanos e Mulher, por meio da Coordenação de Direitos Humanos e Políticas LGBT, com apoio da Secretaria de Cultura, o encontro teve como principal objetivo focar na luta pelo combate contra a lesbofobia, ou seja, o preconceito contra mulheres lésbicas.

A agente administrativa e também militante, Marisa Justino, de 57 anos, ressaltou a importância de dar voz ao movimento lésbico. “Estou aqui representando o Fórum LGBT de Itaipuaçu e entendemos que não podemos nos esconder. Quanto mais a sociedade nos reprimir, mais devemos combater a intolerância e a ignorância principalmente nas áreas mais carentes de informação. Nós não podemos ficar invisíveis, pois o que não é visto é esquecido e a intolerância conta com essa invisibilidade”, analisou a palestrante Marisa Justino.

De acordo com o coordenador municipal de Direitos Humanos e Políticas LGBT, Carlos Alves, o machismo e outras formas de preconceito são os principais alvos a serem combatidos pelos movimentos que lutam pelos direitos LGBT.

“É preciso lembrar a luta das lésbicas e mulheres bissexuais que mesmo dentro do movimento LGBT é uma luta ainda incompreendida”, afirmou Carlos Alves. “Aqui em Maricá já é o quarto ano que nós realizamos eventos com foco nos diretos humanos das lésbicas e em respeito a elas. O espaço hoje serviu para dar voz a essas mulheres. A nossa roda de conversa contou com a participação do Movimento Social LGBT da cidade e de outras entidades parceiras como, por exemplo, o Movimento Mães pela Diversidade”, destacou. “O que nós precisamos é seguir construindo politicas públicas e ações contra a lesbofobia e que essas ações cheguem a cada individuo, as escolas, as igrejas e a toda a população de Maricá”, explicou.

Carlos Alves destacou ainda a importância do dia e da programação para a visibilidade das mulheres lésbicas e bissexuais. “Sabemos que grande parte delas sofre violência dentro e fora de casa, algumas sofrem até estupros corretivos e isso é muito grave. Além disso, é comum que essas mulheres sejam expulsas de casa. As famílias e a sociedade conservadora não as compreendem e impõem a elas toda essa repressão e perseguição e é justamente isso que precisamos combater. Isso aqui é uma gota no oceano, mas aos poucos vamos avançando”, avaliou.

Para a presidente da União Maricaense de Estudantes Iesa Aguiar, esse tipo de evento é muito importante para a sociedade como um todo, mas principalmente para a juventude.

“Nós fazemos trabalhos dentro das escolas de conscientização sobre os direitos humanos, sobre os direitos de ser, o direito de existir e da necessidade de respeitar a individualidade e também como cada cidadão deve se colocar dentro da sociedade”, disse Iesa, uma das ultimas palestrantes da noite. “Nós buscamos falar principalmente para a juventude, pois é exatamente nesta fase da vida que você aprende a se aceitar e a se entender e infelizmente nem sempre você recebe o apoio da família. E, os que recebem apoio da família se tornam mais fortes para combater o preconceito fora de casa. Isso faz muita diferença”, analisou.

Além do Movimento Mães pela Diversidade, já citado, também estiveram presentes na celebração pelo dia da Visibilidade Lésbica o Movimento Axé Pela Democracia, muitas ativistas lésbicas, os Integrantes do Fórum de Itaipuaçu e vários movimentos sociais do município. De acordo com Coordenação de Direitos Humanos e Políticas LGBT vários eventos e iniciativas voltadas para o combate ao preconceito e a intolerância contra a comunidade LGBT continuarão acontecendo até o final de 2018 tendo como meta a consolidação das politicas públicas de Maricá voltadas para a  comunidade LGBT.

Origem do Dia Nacional da Visibilidade Lésbica

A data foi criada em 1996, durante a realização do 1º Seminário Nacional de Lésbicas (SENALE), organizado pelo Coletivo de Lésbicas do Rio de Janeiro (COLERJ). Desde então, o dia 29 de agosto passou a representar um marco na luta das lésbicas pela visibilidade de seus direitos e posicionamento na sociedade como mulher e gay, enfrentando não apenas a homofobia, lesbofobia, mas também a misoginia.

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