Palestra para profissionais da Educação sobre Baixa Visão - Foto: Clarildo Menezes

Cerca de vinte profissionais entre professores, orientadoras e diretoras da rede municipal de Maricá participam até a próxima sexta, dia 24/08, na EM Rynalda Rodrigues (Centro), de uma capacitação sobre Aspectos Fundamentais da Baixa Visão e da Educação Precoce. Com um total de 40 horas/aula, o curso é fruto de uma parceria da Secretaria de Educação com o Instituto Benjamim Constant.

Segundo a coordenadora da área de deficiência visual da Secretaria de Educação, Fernanda dos Santos Coutinho, atualmente a rede municipal conta com 13 alunos com baixa visão. “Queremos preparar o professor dando subsídios para um melhor atendimento das necessidades desse aluno em sala de aula passando por todas as fases de sua vida desde o desenvolvimento infantil até a adolescência. Hoje, priorizamos os profissionais que atuam em escolas que têm alunos com baixa visão, como é o caso do Centro, de Itaipuaçu e da Barra de Zacarias, por exemplo. E temos aqui também professores da sala de recursos, que atendem qualquer tipo de deficiência”, explicou.

Fisioterapeuta e bióloga, a professora Maria Rita Campello Rodrigues falou sobre a proposta do curso de troca de ideias e conhecimento mais organizado. “Eles já sabem muitas coisas porque já têm a prática. Então a ideia é que saiam daqui com informações a mais, com base nas coisas novas e importantes que vão ser apresentadas, com vontade de aprender mais e estímulo para continuar”, frisou, ressaltando que todos esses alunos contam com mediadores para seu acompanhamento.

Em sua apresentação, Maria Rita destacou a importância do verbo ver sempre comandando ou substituindo outra ação. “De certa forma a visão coordena e monitora os demais sentidos: tato, paladar, audição, olfato, propriocepção (movimento, ideia de como está o segmento do seu corpo no espaço) e sistema vestibular (equilíbrio). Eles trabalham a consciência corporal e a visão finaliza a estabilidade emocional”, completou, ensinando que, para que os pequenos entendam, muitas vezes é necessário trabalhar com protótipos, como no caso de elefantes.

“Lá na creche, somos duas professoras com alunos que apresentam baixa visão, mas como o meu aluno é menor, o Breno tem apenas 2 anos, a diretora falou para eu vir para o curso, para que possamos fazer esse trabalho de educação precoce, tentando estimular ele e ver como é que vai funcionar”, disse a professora regente do CEIM Marilza (Bambuí), Juliana Alcantara.

Deficiente visual desde os 20 anos de idade, quando foi diagnosticado com uma retinose pigmentar, Silvan Lemos atua na rede como professor de braile dos professores e na sala de recursos, dos alunos que tem um prognostico para a cegueira. “Quis participar desse curso para ter um certificado e um conhecimento a mais. Eu enxergava normalmente, via tudo, por isso perguntei como explicar a eles sobre as cores. Trabalhar com essa deficiência visual que está começando agora é complicado, então eu quero aprender como lidar com as crianças”, ponderou.

Para Elisangela Cordeiro Gomes, professora de Educação Física e mãe de Josué de 4 anos com problemas de baixa visão, o aprendizado tem um motivo mais que especial. “Todo conhecimento que eu busco na área de educação especial primeiro é para que eu possa ajudar o meu filho. Mas, sendo professora, para que eu possa também ajudar outras crianças e encorajar outras mães”, ponderou. Atualmente o pequeno Josué, que também possui deficiência auditiva, é beneficiado com o projeto de equoterapia oferecido gratuitamente pela Prefeitura.

Ao longo da semana também vão ser abordados no curso: patologias; recursos de mobilidade independente; recursos ópticos e não ópticos para baixa visão como telescópios, lupas e réguas; como avaliar a criança pequena e que brinquedos usar para estimular o pouco de visão que ela tem.

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