Uma das etapas do treinamento foi o resgate de vítimas de acidente entre carro e ônibus - Foto: Elsson Campos

Uma simulação envolvendo vítimas de acidente de trânsito movimentou a praça central Orlando de Barros Pimentel nesta segunda-feira (14/05). Com atuação da equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em cena, socorristas mostraram quais são os procedimentos prestados às vítimas de acidente. A ação fez parte do curso gratuito de Atendimento de Múltiplas Vítimas e Segurança Viária, por meio do programa Capacita Mais Samu. Além da simulação, o treinamento contou com um ciclo de palestras realizado na parte da manhã destinado aos profissionais da área de Saúde.

Para dar realidade à cena foram usados um ônibus da Empresa Pública de Transporte (EPT), conhecido como Vermelhinho, e um carro velho para encenar uma colisão frontal. Cerca de 15 pessoas que participaram da apresentação foram maquiadas para fingir escoriações pelo corpo no momento da batida. Um desses “atores” foi a técnica de enfermagem Maria Luiza, de 20 anos, que “morreu” no acidente e contou como foi passar por esta experiência.

“Na cena, eu fiquei pensando várias coisas como se fosse de verdade. É sempre bom estar aprendendo mais coisas. Só quem gosta mesmo sabe a emoção que é a profissão”, disse a jovem orgulhosa.

O evento teve início às 10h com a apresentação da secretária de Saúde, Simone Costa, que falou sobre a importância de abordar o tema proposto. “Nós trabalhamos essa parte toda de simulação porque é o cotidiano. É mostrar o que pode acontecer de certo e o que pode dar errado no momento do atendimento. Então, expusemos isso para que todo mundo possa ver e entender como é o trabalho desses profissionais”, explicou Simone Costa.

Após um breve discurso da secretária, o Hino Nacional foi cantado pelo público presente para dar início à rodada de palestras. A médica do Samu de Maricá, Drª Maria Emília foi a primeira convidada, e fez um resumo sobre a instituição. Dando sequência à programação, o enfermeiro do Samu Hans Bossan abordou o tema: “Método Start Atendimento e Múltiplas Vítimas”. Ainda na parte da manhã, o técnico de enfermagem da instituição falou sobre o tema “Extricação”, ou seja, momento de retirada da vítima do local com segurança.

O coordenador de base do SAMU de Maricá, Leonardo Ribeiro Este, falou sobre o método “start”, que é um procedimento de avaliação de múltiplas vítimas, com triagem simples e tratamento rápido (trinta segundos para avaliar cada paciente). “Este método é utilizado para que possa fazer uma classificação de vítimas, onde verifica-se sua gravidade e posteriormente são divididas por cores”, explica o coordenador. “Na cor preta são vítimas em óbito, vermelha em estado gravíssimo, amarela em estado grave e na cor verde são aquelas que apresentam pequenas lesões”, completou.

O Samu de Maricá conta com duas unidades móveis: uma avançada –  equipada com 1 condutor socorrista, 1 enfermeiro e 1 médico – e outra denominada unidade móvel básica (que possui 1 condutor, 2 técnicos de enfermagens e 1 socorrista) que fazem cerca de 200 atendimentos mensais. O serviço possui ainda 1 motolância (moto que atua como ambulância para chegar mais rápido ao local de atendimento).

“A prefeitura tem o projeto de ampliar o número de ambulâncias no município. Queremos (Secretaria de Saúde) montar uma base em Ponta Negra e uma em Itaipuaçu, mas ainda não temos previsão de colocar em prática, em virtude de questões burocráticas que envolvem outros órgãos”, adiantou o coordenador médico do Samu de Maricá, Rodrigo Carelli.

Prestando serviço ao Samu municipal há 7 anos, a socorrista Daniele Lima, de 36, comentou sobre a iniciativa da Prefeitura em abordar um tema tão importante e delicado de executar, principalmente quando há acidente envolvendo ônibus. “Quando é uma vítima só, nós já sabemos o que fazer. Agora, quando têm muitas vítimas é mais complicado. Porém, todos estamos nos qualificando a cada dia”, disse a profissional parabenizando o encontro que reuniu equipes da Samu de outras cidades que integram a Metropolitana II (Maricá, São Gonçalo, Itaboraí, Tanguá, Rio Bonito, Silva Jardim e Niterói).

Ainda iniciante na área da saúde, Bruno Luis Coelho, de 38 anos, sonha em ser motorista e socorrista da Samu. “Eu acho bonita a profissão. Lidar com vida é uma responsabilidade muito grande, e acredito que essas palestras vão agregar muito no meu currículo”, avaliou Bruno, que há 4 meses realiza o curso.

A programação contou ainda com temas como convívio social; a importância do Batalhão da Polícia Rodoviária (BPRV) no auxílio da ocorrência do Samu em vias públicas; e análise de percepção de risco. Ao final do curso foram entregues 140 certificados aos participantes, além de sorteados prêmios como cafeteiras, panela de pressão, liquidificador e sanduicheira.

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