Seminário de Bem Estar Animal - Foto: Clarildo Menezes

O 1º Seminário de Bem Estar Animal de Maricá, realizado gratuitamente no Cinema Henfil nos dias 28 e 29/04, contou com a participação de convidados, alunos do curso de formação de professores da Escola Estadual Elisiário Matta e ativistas da causa para debater as doenças transmitidas, a legislação pertinente à Proteção Animal e a importância de manter em seu habitat próprio os animais silvestres. Foram adotados dois gatos e dois cachorros.

Coordenadora de Proteção Animal, Milena Costa falou sobre o objetivo do evento. “Trazer mais informações para a população tanto relacionada à parte de saúde animal, como à parte de legislação, de seguir a moda e optar por uma alimentação sem crueldade, além de toda parte relacionada ao bem estar animal com ênfase nas zoonoses, que explica a importância de vermifugar os animais para que eles não adoeçam e nem haja perigo da transmissão dessas verminoses para as próprias pessoas quando os abraçarem e beijarem”, adiantou.

“A quantidade de animais abandonados continua sendo gigante. Recebemos muitas denúncias de abandonos e maus tratos, numa média de 20 processos por mês. Procuramos orientar o tutor dos animais a tratá-los melhor, porque não queremos recolhê-los e colocar num local onde eles ficariam aglomerados e estressados. Nosso objetivo é ajudar as pessoas a enxergar como podem tratar melhor esses animais”, completou Milena.

Secretária de Saúde, Simone Costa explicou que a saúde passa por todos os campos por causa da parte da saúde pública. “Essa é uma causa nobre em que temos que vestir a camisa diariamente. As pessoas não tem só que adotar um animal, elas têm que entender o que é cuidar desse animal. A esporotricose, por exemplo, é uma doença que passa dos animais para as pessoas. Se trabalharmos no conhecimento e numa continuidade, vamos colher esses frutos depois. Estamos numa parceria com a UFF e o castramóvel vai sair sim, mas não adianta continuar com os maus tratos”.

Segundo Reynaldo Velloso, presidente da Comissão de Proteção e Defesa dos Animais da OAB, com a iniciativa, a cidade começou a marcar ponto, tornando-se referência no Estado do Rio de Janeiro. “Não é fácil fazer o que vocês estão realizando aqui. É um paradigma que se quebra porque é tudo muito burocrático e difícil. O animal sente fome, frio e medo como nós, então não podemos ter a ideia de que só o ser humano merece respeito. Temos que deixar esse legado de amor, respeito e preponderância pelos animais para as nossas futuras gerações”, declarou.

Deputada Estadual, Rosangela Zeidan parabenizou as alunas presentes. “As mulheres acabam se tornando mais sensibilizadas e vão ser ótimas educadoras aos seus filhos e alunos mas os homens também precisam entrar nessa luta que é tão discriminada. Eu não sou ativista, sou apoiadora do projeto. Mas essa é uma luta social muito importante porque Maricá ainda tem muito veranista e gente que maltrata e abandona os animais em Itaipuaçu e na Barra. Nós temos obrigação de protegê-los e precisamos denunciar essas crueldades. Isso é uma questão de humanidade, cidadania e conscientização”.

Médicas veterinárias palestrantes, Michele Ferreira e Fernanda Campista falaram sobre esporotricose e o cenário da doença no município de Maricá.

“Infelizmente a esporotricose está tomando uma proporção muito grande, é uma micose causada por um fungo que gosta de calor e umidade, permanece no solo e entra na pele através de feridas. São lesões cutâneas, ulceradas e crostosas nos animais e nódulos ulcerados nos humanos. Os primeiros relatos foram em 1907, mas o boom da doença no Rio de Janeiro está sendo agora”, disse Fernanda.

Atuando no controle da zoonose da Vigilância Ambiental de Maricá, Michele destacou os aspectos clínicos. “Já atendemos mais de 120 casos. A doença está presente em todos os distritos da cidade, tendo maior incidência em Inoã e Itaipuaçu. Sabemos que esse número não é real porque é uma estatística baseada apenas em humanos, embora acometa animais e pessoas. Em Maricá, ambos recebem tratamento, que é longo e conta com uma medicação cara, o Itraconazol”, ressaltou.

Durante o evento também teve mostra de filmes animais com debate após cada exibição; oficina de yoga, consulta de tarô; além das feiras de adoção e de produtos veganos do lado de fora.

Entre os alimentos: suco de graviola adoçado com tâmaras; brigadeiro de leite condensado de soja, alfarroba e leite de amêndoa; granola gourmet; bolos de doce de leite e brigadeiro sem glúten, leite e nem ovos; hambúrguer artesanal com pão de cebola ou gergelim, de grão de bico ou lentilha.

Na barraca de livros sobre alimentos veganos, Andrea Ledigue (46 anos) moradora de São Gonçalo e a filha Tamiris (18 anos) buscavam informações sobre a alimentação vegana. “Por pena dos animais resolvi virar vegetariana”, contou a jovem. A mãe completou: “Eu costumo dizer que aprendo com os meus filhos. Por causa dela todos em casa paramos de comer carne. Mas estamos com muita dificuldade em saber o que fazer. Por isso, pegamos o site deles para comprar livros sobre o assunto. Acompanho a página da prefeitura no Facebook há muito tempo e viemos de São Gonçalo só para participar desse evento”, concluiu.

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