Participantes irão usar venda nos olhos para sentir as dificuldades dos deficientes nas ruas - Foto: Marcos Fabricio

Ponha-se no lugar do outro e tente andar como ele. Essa foi a proposta de uma atividade realizada nesta quinta-feira (01/03) durante o workshop participativo para capacitação de mobilidade a pé. Membros de diversos órgãos da Prefeitura de Maricá partiram do Cinema Público Municipal Henfil e circularam por algumas ruas e calçadas próximas usando cadeiras de rodas, bengalas e ‘tapa-olhos’, tudo para oferecer a exata noção de como as pessoas com deficiência se locomovem nas vias públicas e as barreiras físicas que enfrentam. A ação, em parceria com a Associação Brasileira de Cimento Portland, teve como objetivo sensibilizar agentes públicos para ajudar a elaborar um manual de calçadas, que pode se tornar lei no futuro.

Antes do início da atividade, o secretário de Urbanismo de Maricá, Adyr Motta, esclareceu que em breve o novo plano diretor da cidade começará a ser debatido e que aquela se tratava de uma importante etapa do processo. “O que estamos avaliando aqui é um plano de mobilidade para os cidadãos, que deverá estar vinculado a esse plano diretor. Por isso é importante a participação de diferentes órgãos do governo como o nosso e as secretarias de Obras, Assistência Social, Políticas Inclusivas, do Idoso, e Ciência e Tecnologia e da Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar). O próprio código de obras do município vai considerar nossas impressões”, garantiu Adyr.

Para o representante da Associação Cimento Portland, Luiz Gustavo Guimarães, Maricá é uma cidade que avançou nos últimos anos no setor da mobilidade a pé para os portadores de deficiência, mas que pode melhorar mais. “Observamos barreiras para essas pessoas como abrigos de táxi, lixeiras, rampas com piso escorregadio e o próprio piso podotátil, na posição em que está, pode atrapalhar o cadeirante muitas vezes. São espaços que precisam ser harmonizados”, avaliou ele. O vice-presidente do Conselho da Pessoa com Deficiência de Maricá (Condef) afirmou que o evento pode mudar bastante coisa para quem precisa. “Quem está aqui são formadores de opinião e gente que tem poder de decisão para beneficiar os cerca de 31 mil deficientes da cidade”, disse Ayrton Becalle.

Durante e depois do passeio pelo Centro como se fossem portadores de deficiência, os participantes reconheceram como é difícil para essas pessoas estar nas ruas. “Precisa muita coordenação motora para direcionar a cadeira. O piso irregular também atrapalha e exige mais força para empurrar, sem falar nos postes, árvores, degraus de escadas e outros obstáculos nas calçadas”, relacionou Elisabeth dos Santos, da Secretaria de Administração. Uma mãe que levava os filhos de 2 anos e meio e de 7 meses num carrinho também falou das dificuldades. “Ás vezes não tem uma rampa para descer e algumas que têm são altas. Há também postes no meio das calçadas, isso complica muito”, contou a dona de casa Aline Mariane Pereira, de 20 anos, moradora das Pedreiras.

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