“Direitos Humanos e Políticas Públicas Setoriais” foi o tema da primeira mesa de debates montada nesta quarta-feira (06/12), no Cine Henfil no segundo dia do I Seminário de Direitos Humanos de Maricá. Mediada pela coordenadora de Direitos Humanos, Lene de Oliveira, a mesa bastante diversificada, contou com a presença dos palestrantes Adriana Mota, representante da Articulação de Mulheres Brasileiras; Vanda Ferreira, pedagoga e pós-graduada em História da África e do Negro no Brasil; Binho Guimarães, advogado, Coordenador de Juventude de Niterói e presidente do FORJUVE/RJ e Neusa das Dores, professora e diretora executiva de Coisa de Mulher. Após as palestras foi a vez da plateia se manifestar e fazer perguntas aos convidados.
“Primeiramente é preciso parabenizar a realização deste seminário de dois dias com temas tão importantes e também pela composição desta mesa com homem, mulheres, mulheres negras e mulheres lésbicas que trazem uma diversidade muito significativa dos direitos humanos e que a gente precisa reforçar cada vez mais essa representatividade”, afirmou a ativista Adriana Mota.
O advogado Binho Guimarães ressaltou a necessidade de dar voz e espaço ao jovem. “O principal problema hoje quando falamos de políticas para a juventude é que a juventude muitas das vezes não tem o espaço onde ela consiga falar o que ela deseja, expressar sua vontade e dizer o que ela pensa e o que ela gostaria de receber. E, quando a juventude tem esse espaço, o poder público não consegue entregar”, explicou Binho.
Discutindo sobre políticas públicas para a população LGBT, a professora Neusa das Dores preferiu abordar unicamente o preconceito e a violência que muitas mulheres sofrem exclusivamente por serem lésbicas. “Eu venho falar especificamente do movimento de lésbicas. É importante destacar que o movimento lésbico não é um movimento único. Existem lésbicas negras, brancas, de periferia, de sindicato, independentes, jovens e velhas, moradoras de ruas, vivendo em presídios e nós não damos contas de falar de todas, mas todas estão expostas a vários tipos de preconceitos e a violências”, frisou Neusa.
Vanda Ferreira destacou a política de igualdade racial e definiu o significado de Direitos Humanos. “Eu fico pensando que direitos humanos é ouvir os silenciados. Direitos humanos nessa terra de pau-brasil é mexer no sistema educacional. Tudo que nós fazemos enquanto movimento social e temos que fazer é paliativo”, afirmou Vanda. “Do ponto de vista da gestão pública em relação aos direitos humanos é para que cada um de nós tenha que aceitar sim, não com a inocência que vamos fazer a transformação, mas com a certeza de que quando estivermos ali, vamos incomodar”, completou.
A segunda mesa do dia discutiu o tema “Educação e Direitos Humanos” e teve como convidados Alexandre Rodrigues, Doutor e Mestre em história pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ); Célia Regina de Oliveira, Mestre em ensino de educação básica pelo CAP da UERJ e Celso de Moraes Vergne, Doutor em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica (PUC).