Foto: Fernando Silva

Terminou nesse domingo (26/11), no Cinema Público Municipal Henfil, a “Mostra Maricá Cinema & Memória” que viajou no tempo e voltou às antigas salas de exibição do município através de relatos de moradores em minidocumentários. Também projetou filmes nacionais que lotaram os cinemas de Maricá no século passado, especificamente primeira década de 1900 e anos 40, 50 e 60. O objetivo do evento foi fortalecer os elos dos maricaenses com sua própria história cinematográfica, lembrando afetos, fatos ocorridos, além de sucessos de bilheteria protagonizados por artistas como Oscarito, Gilda Abreu e Mazzaropi que preencheram (e ainda preenchem) o imaginário de tantas pessoas.

Um momento marcante da abertura foi o depoimento da historiadora Maria Penha. “Ah, é porque já me conhecem há muito tempo da Educação. Sou minhoca da terra”, disse com modéstia. Andréa Cunha, secretária de Cultura, não escondia o entusiasmo: “Esse tipo de interação, o encontro da plateia com a memória viva, com episódios e pessoas que nos trazem a identidade de Maricá e, nesse caso, com lembranças dos cinemas que existiram aqui, o contato com os filhos dos donos desses espaços e os filmes exibidos naquela época é de extrema importância, sem falar do Cine Concerto na abertura, com a A Soundpainting Rio, foi demais”, comentou.

Numa parceria da Reviravolta Produções com a Cinemateca do MAM e apoio da Secretaria de Cultura de Maricá, o evento é resultado de um projeto aprovado pelo edital de Produção de Mostras e Festivais de Audiovisual/2016, promovido pela Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro e RioFilme. Os idealizadores da mostra, Clarissa Nanchery e Rodrigo Freitas, viveram sua infância na cidade e foram alunos do Cenecista. Anos depois, se reencontraram na faculdade, quando estudaram Comunicação na UFF. Desde então, alimentavam o sonho de fazer um trabalho ligado à memória cinematográfica do município.

“Com o edital, a oportunidade de concretizá-lo surgiu e eu só espero que continue, que essa mostra possa ser a primeira de muitas, porque Maricá tem muita memória e isto é fundamental para a identidade local”, diz Clarissa. Segundo ela, sem um olhar cuidadoso para o passado, não há como criar uma identidade forte no presente. “Para quem trabalha com cultura e arte, essa visão é mais clara”, afirma. Por isto, nesse evento, os realizadores optaram por fugir do discurso acadêmico e apostaram no debate como conversa. Dessa forma, para o público leigo fica mais fácil se ver e se reconhecer nas propostas e embates apresentados. “Enxergar Maricá não mais como uma cidade dormitório ou de trânsito, mas que tem muito a valorizar e oferecer com o seu passado”, conclui Clarissa.

Ela aproveitou ainda para agradecer ao apoio dado pela Secretaria de Cultura do município. “Estamos com um telão incrível, com som de primeira e imagens de altíssima qualidade. Uma ajuda e tanto”, pontuou. “Estão todos de parabéns e que venham mais parcerias. Estamos de braços abertos para ajudar no que pudermos”, garantiu Andréa Cunha.

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