Foto: Elsson Campos

Comprovadamente eficaz no tratamento de pessoas com deficiência, a equoterapia faz parte de um importante projeto desenvolvido pela Prefeitura de Maricá, através da Secretaria de Assistência Social, utilizado como equipamento de reabilitação.

O tratamento é acessível a todos os alunos das redes pública e particular que morem no município e tenham prescrição médica para a atividade. Síndrome de down, autismo, encefalopatia, microcefalia, problemas motores, deficiência auditiva e visual são, normalmente, indicadas no tipo de tratamento para a faixa etária de três a 21 anos. Não são indicadas, porém, crianças que tenham fobia a cavalos ou qualquer outro tipo de animal.

As sessões acontecem num haras, no Espraiado, a atende atualmente a 56 pacientes de segunda à sexta-feira, de 8h às 17h. Cada pessoa em tratamento conta com meia hora de atendimento semanal acompanhado por uma equipe multidisciplinar composta por psicólogo, fonoaudiólogo e fisioterapeutas.

“Para cada diagnóstico é feito um trabalho. As manobras terapêuticas são diferentes, por exemplo, para quem tem síndrome de down e quem tem autismo porque são várias abordagens, não só um trabalho motor, mas cognitivo também, como a questão da postura. Na atividade, a criança aprende a se concentrar, a ter memória. Então é um trabalho muito amplo, além de um relaxamento que é feito com o paciente também”, explicou a coordenadora do projeto, Fabíola Madeira.

O casal Alessandro Souza e Adriana Souza, proprietários do espaço, é parceiro do projeto. “Eu já tinha essa ideia de trabalhar com isso faz tempo, porque pais de crianças especiais pediam para que os filhos fizessem aulas aqui e tivemos êxito. Eles mesmos falavam que o comportamento dos filhos tinha melhorado. Mas eram crianças com nível leve, sem compromisso de tratamento, vinham para interagir e socializar. Como nós temos uma estrutura grande, encontramos a secretária de Assistência que já tinha os profissionais e conseguimos fechar a parceria”, disse.

Segundo a coordenadora, não há tempo mínimo para o tratamento, mas há máximo. “Hoje, regulamentado pela ANDE – Brasil (Associação Nacional de Equoterapia), nós temos determinado o prazo máximo de dois anos de atendimento porque o excesso de tempo em cima do cavalo pode ocasionar uma luxação de quadril no paciente por conta do movimento de cavalgada. Mas, não temos como especificar o tempo mínimo, depende da resposta do paciente”, esclareceu, completando: “No caso da epilepsia, só são admitidos pacientes em que a doença está controlada porque a equoterapia é como se fosse uma academia em cima do cavalo e pode ocasionar mais crises convulsivas. Quando a situação já está controlada, melhora ainda mais, diminuindo o número de crises”, frisou.

Foi o que aconteceu com o menino Carlos Eduardo, de apenas 8 anos, diagnosticado com um atraso mental e epilepsia, que tinha cerca de cinco a oito crises por dia, mas está há 12 dias sem ter nenhuma crise. “O Cadu já fazia tratamento só no Sarem há uns quatro anos. Depois que passou a fazer o tratamento com a equoterapia que nós vimos um avanço. Ele não sentava, não andava direito, caia toda hora e agora tem coordenação motora, equilíbrio, quase não cai, corre, fica agachado”, comemorou o pai, Eduardo Azevedo de Figueireido (36 anos) ao lado da esposa e mãe do menino, Renata Gomes Quirino (43 anos).

Fisioterapeuta, Alexsandra Torres, ressaltou que as atividades dependem do que a criança tenha. “No caso dele trabalhamos socialização, interação com a equipe usando bola, tábuas de argola, manejo com animais que é dar comida, escovar. Tudo isso também faz parte do tratamento”, destacou, lembrando que a equipe de terapeutas é definida de acordo com a necessidade do paciente.

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