Autor de livros infanto-juvenis, Pedro Bandeira participou da Festa Literária de Maricá (FLIM) na última terça-feira (07/11), na tenda Heloneida Studart. A palestra do escritor reuniu alunos do CEM Joana Benedicta Rangel, do CIEP 391 e da E.M. Joaquim Eugênio dos Santos, além de visitantes e moradores.
Aos 75 anos, o sociólogo contou que também já foi jornalista, mas decidiu virar escritor para não escrever mais apenas o que o chefe de reportagem mandava e, sim, o que pensava. Sua biografia conta com 132 livros. Dentre eles, um adulto. “Não pretendo fazer outros. Meu público é esse. Quando resolvi trabalhar somente para crianças e adolescentes, fui estudar pedagogia, psicologia do desenvolvimento pra conhecer bem o meu alvo que são crianças desde os 5 anos e adolescentes até os 15 anos”, explicou.
Bandeira também falou da inspiração para escrever seus livros. “A inspiração é algo que vem de dentro. Durante toda sua vida você acumula coisas que estudou, experiências, desilusões, livros que leu, filmes que assistiu. Está tudo lá dentro e de repente uma coisa soma com a outra e sai uma terceira. Porque inspiração na verdade é uma coisa interna e não externa”, completou o escritor, admitindo que seu próximo livro sempre se torna o seu xodó.
Durante a palestra, Pedro Bandeira falou ainda sobre a importância da prática da leitura dos pais para as crianças desde o ventre materno. Segundo o escritor, além de fazer com que pensem, as histórias ensinam às crianças a amadurecer emocionalmente.
“Educação é um problema da família, assim como a moral e a religiosidade. Não da escola. A escola existe para ensinar o que os pais não sabem das matérias, o racional. Ter filho é maravilhoso, mas nós temos que assumir essa responsabilidade. E dependendo desse amor quando a criança crescer vai estar mais forte”, disse para a plateia, antes de citar a história de Chapeuzinho Vermelho como um exemplo de lição para que os pequenos se livrem de pedófilos.
Após contar a história de “Papo de sapato” escrito em parceria com Ziraldo, Pedro Bandeira ousou com algumas histórias em versos, rimas e poesia.
Agente de leitura do CIEP 391, Cristiane Diniz, contou que está desenvolvendo um projeto na unidade e aproveitou a oportunidade para que os alunos pudessem conhecer o autor e suas obras. Luísa Vitória de 13 anos, estudante do 7º ano aprovou a iniciativa. “Achei muito legal poder participar desse momento”, disse.
Emanuel Luiz (11 anos), aluno do 6º ano do Joana também aprovou a ideia. “Quando você lê um livro tem a sua interpretação sobre o que foi escrito. Já quando escuta a mesma história contada pelo próprio autor, você realmente tem acesso ao que ele escreveu da forma como quis dizer”, ponderou.