A 4ª Caminhada do Outubro Rosa que aconteceu no último domingo (22/10) pelas ruas do Centro de Maricá contou com a participação de centenas de mulheres e homens que entenderam a importância da ação para conscientizar sobre a prevenção ao câncer de mama. A organização do evento ficou a cargo das secretarias de Saúde, Esportes e Cultura.

A concentração foi na Praça Orlando de Barros Pimentel onde 100 mudas de ipê rosa (Handroanthus heptaphyllus) foram doadas pela secretaria de Cidade Sustentável. Com a participação da cantora gospel Ana Paula Marinho, os participantes realizaram todos os procedimentos de alongamento até o início da caminhada pela Rua Domício da Gama, seguindo pelo hospital Conde Modesto Leal, Praça da Bandeira e Avenida Nossa Senhora do Amparo, retornando à praça Orlando de Barros Pimentel, num percurso aproximado de 1 km. A animação do trio elétrico ficou por conta de André Gasparety.

Secretária de Saúde, Simone Costa, falou sobre o trabalho conjunto das secretarias para conscientizar sobre a doença. “Essa caminhada é importante porque não é simplesmente caminhar, serve para que as pessoas se conscientizem de que é necessário pensar na própria saúde por causa das consequências posteriores. É a prevenção que vai evitar que a pessoa tenha uma morte precoce”, declarou.

“Eu sou sobrevivente de um câncer de mama. A prevenção é tudo, mas às vezes, a doença nos pega de surpresa. Eu fiz a prevenção todos os anos. Um dia, quando fui fazer o autoexame, encontrei um nódulo na minha axila. Fiquei preocupada. Eu tinha feito a mamografia e a ultrassonografia uns nove meses antes e fui diagnosticada com um tumor já de 5 centímetros invadindo o meu pulmão. Fiquei sem reação”, contou emocionada doutora Jussara Quites, subsecretária de Saúde.

“Operei, tive que tirar parte do pulmão e posso dizer que a perseverança e a fé são tudo na vida. Eu sou um milagre de Deus. Me deram uma sobrevida de 2 anos apenas e isso já tem 7 anos” comemorou antes de pedir: “Façam o autoexame em casa com frequência e qualquer coisa anormal, procurem um médico”.

Ao lado do marido e a filha, Kássia Gonçalves (28 anos), moradora de Itaipuaçu, concordou com a importância de apoiar a causa. “Vim para apoiar a campanha e incentivar o povo a fazer os exames”, disse. Morando em Inoã, Larissa Mathias (29 anos), tem o mesmo pensamento. “Outubro Rosa tem que ser uma coisa de que todo mundo participe para mobilizar e conscientizar mais pessoas sobre o câncer de mama”, opinou.

A Deputada Estadual, Rosangela Zeidan falou sobre fé e ação. “Esporte com saúde é a ligação certa. Temos que nos prevenir, multiplicar o nosso ato de hoje para que as mulheres se cuidem. Unir uma alimentação saudável à prática de atividade física”, disse.

Moradora da Mumbuca, Renata Azeredo (47 anos) contou que concluiu o tratamento do câncer de mama esse ano. “Descobri sem querer por causa de um concurso que eu tinha feito. Operei, fiz a quimioterapia, mas a própria clínica me encaminhou a fazer a radioterapia aqui em Maricá pelo SUS que seria mais rápido e realmente foi. Em uma semana eu iniciei as 25 sessões. Ainda tinha transporte para me levar até a clínica todos os dias”, admitiu.

Enfermeira da rede, Renata Santos, (33 anos) teve câncer aos 29 anos. “Descobri a doença após uma perda gestacional, porque a minha mama esquerda esvaziou, mas a direita não. Ficou densa, com o tecido fibrosado. A partir daí, fiz vários exames e em fevereiro de 2014 fui diagnosticada com câncer. Foram seis meses de quimioterapia, fiz mastectomia na mama direita, adenectomia na mama esquerda, radioterapia e ano passado consegui voltar às atividades normais”, lembrou. “Foi difícil, mas determinação, força de vontade, o amor da família, do companheiro e a fé foram determinantes para a minha vitória. Tudo isso atribuído ao diagnóstico precoce, estar atento aos sinais que o seu corpo te dá”, explicou a enfermeira, que, como tinha histórico familiar, teve que fazer acompanhamento antes. “Minha 1ª mamografia foi aos 25 anos, mas o tipo de câncer que eu desenvolvi não foi hereditário, foi pelo estilo de vida ser enfermeira, não ter uma boa alimentação, não fazer atividades físicas, noites de sono perdidas, isso pode causar câncer, além de açúcar e carboidratos em excesso”, concluiu.

Após a caminhada, as pratas da casa, Jô Borges e Giane Mello alegraram os presentes com uma boa música. Ex-pacientes de câncer de mama e integrantes da ADAMA, uma associação de Niterói – as adametes – também fizeram paródias. “Nós fazemos um trabalho de conscientização através da música para levar informações sobre o câncer de mama. Resolvemos fazer esse trabalho para mostrar que apesar da nossa experiência de vida, nosso lema é viver a vida e não ter a vergonha de ser feliz levando essa mensagem para o povo. Porque quem está com diagnóstico de câncer tem chances de ser curado como todas nós”, destacou Maisa Vasconcelos (56 anos) que descobriu a doença aos 44.

Professor do CRAS, Henrique Pinheiro foi o responsável pelos 56 cortes de cabelo realizados na praça, sendo 38 doados. Ele foi responsável por confeccionar cinco perucas com cabelo natural que foram doadas para pacientes em tratamento. Serviços de manicure também foram realizados, num total de 54 mulheres atendidas.

Foto: Clarildo Menezes
Foto: Clarildo Menezes

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