O evento faz parte da campanha mundial “Setembro Amarelo”, da Secretaria de Saúde. Foto: Katito Carvalho

Uma palestra de prevenção ao suicídio foi realizada nesta quinta-feira (28/09), no Colégio Estadual Elisiário Matta. O evento faz parte da campanha mundial “Setembro Amarelo”, da Secretaria de Saúde, e visa a conscientização de jovens e adolescentes sobre o assunto, devido ao grande índice de casos no Brasil.

Diretora da escola, Elisabeth da Costa Anhaia achou importante abraçar a causa por conta de queixas dos próprios alunos. “Às vezes há necessidade de um psicólogo ou até de um psiquiatra para resolver essa insegurança dos alunos”, disse ela, relatando ter pelo menos um caso com essa necessidade na unidade.

“A estatística diz que a incidência é maior nessa faixa etária, por isso resolvemos trazer esse assunto para ser discutido em uma escola grande como o Elisiário”, completou Gildenir Brum, do setor de humanização do Hospital Conde Modesto Leal (HCML).

Voluntária do Centro de Valorização da Vida (CVV) no Rio de Janeiro, Norma Liliane ficou responsável pela palestra. “Para os jovens, o suicídio ainda é um tabu, mas tudo se resolve com informação, assim como AIDS, dengue e câncer. As pessoas dão valor à dor física, mas ao emocional não”, disse, afirmando que a taxa de suicídio no Brasil é de 32% – embora mascarada, já que muitos casos são registrados como acidente de trânsito, quedas e intoxicação. ”Muitos familiares escondem até por causa de seguro, mas a quantidade de casos é gritante, principalmente na adolescência e na terceira idade”, garantiu.

Segundo ela o suicida emite alguns sinais em frases como “não aguento mais”, “vou sair”, “queria dormir para sempre” ou “você vai se livrar de mim”. “As pessoas não compreendem e acabam ignorando, aumentando ainda mais a depressão da pessoa, que vai implodindo, acumulando sofrimento, baixa estima e falta de compreensão. Automutilação também é um grito de ajuda. No meio escolar, brincadeiras, bullying, prejudicam e envolvem sempre três personagens um alvo fundamental que se tiver bem não é atingido; o espectador ou espectadores que não percebem que estão alimentando, colocando lenha na fogueira e o autor”, concluiu.

De acordo com Janaína Macedo Luiz (18 anos), a palestra ajuda no curso normal. “Nós temos que assistir palestras para o curso e acabamos não sendo quando e onde vai ser, o fato de ter palestra aqui ajuda muito. E também não tem como sabermos quem pensa nisso. Aqui na cidade, eu soube de dois casos de meninas assim, mas não sei o que as levou a isso”, disse.

Letícia Vieira (16 anos) falou sobre a prevenção da vida. “Muita gente pensa negativo, então temos que dizer sempre a essas pessoas que se matar não é a solução. Eu não conheço ninguém que tenha tentado cometer suicídio, mas conheço pessoas que se cortam por causa de problemas de família e internos”, refletiu.

“Quem for vítima ou conhecer alguém assim, tem que ter coragem de denunciar. É preciso falar com alguém que tenha condições de intervir. Prestar atenção. Tudo que sair do padrão é sinal. Afastar as coisas de risco, porque ninguém quer se matar. A pessoa, na verdade, quer acabar com o problema e fica feliz porque achou uma solução”, ensinou Norma. Para mais informações sobre o grupo basta acessar www.cvv.org.br. Em caso de ajuda, ligue para o número 188.

O Centro de Valorização da Vida (CVV) no Rio de Janeiro ficou responsável pela palestra. Foto: Katito Carvalho
A palestra  foi realizada nesta quinta-feira (28/09), no Colégio Estadual Elisiário Matta. Foto: Katito Carvalho

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