Pessoas que lutam para largar o vício deram seus depoimentos no evento de combate ao tabaco - Foto: Katito Carvalho

“É uma luta. Paro e volto, mas não desisto e digo a todos para não desistirem”. O depoimento franco da agente administrativa Isabela da Silva Reis, de 53 anos, mostra a dificuldade de deixar o vício de fumar. Ela e outros pacientes do programa Anti-Tabagismo da Secretaria de Saúde de Maricá participaram nesta terça-feira (29/08) de uma reunião no Posto de Saúde Central para marcar o Dia Nacional de Combate ao Fumo. No encontro, os participantes do programa falaram um pouco sobre suas dificuldades para deixar o hábito e também receberam adesivos que ajudam a parar de fumar.

O caso de Isabela, que mora em Araçatiba, se assemelha aos de diversos outros relatados na reunião, a maioria deles descritos por pessoas que ainda lutam para se livrar do cigarro. “Foram 49 anos fumando, é um tempo e tanto”, revelou o aposentado Degmar Miller Fernandes, de 63 anos, morador do Caju e que começou a se tratar no local há cerca de três semanas.

Curiosamente, o público da reunião era composto na maioria por mulheres, que contaram detalhes de suas experiências. “Quero parar por mim e também por amor ao meu neto, que uma vez disse que eu ‘cheirava mal toda vez que voltava da escada do prédio’. Não quero mais isso”, contou Sheila Raposo, de 59 anos, do Parque Nanci. Ao lado dela, a também aposentada Eunice Viana, de 64 anos, também disse que chegou a parar. “A gente come melhor, respira melhor e até a cabeça fica mais leve. Mas tive um problema que me abalou a voltei ao cigarro, só que estou proibida de fumar pelos médicos. Então, parar de fumar é uma questão de sobrevivência para mim”, frisou ela, moradora de Itaipuaçu.

A história mais impressionante sobre a relação com o fumo veio de Mariana Menezes Moraes, de 35 anos. A moradora do Boqueirão revelou que fumava até na hora do banho. “O cigarro ficava acesso e pendurado no box do banheiro. Entre uma esfregada e outra, eu pegava para fumar, uma loucura. Já consegui parar, mas também fui vítima de violência por um ex-namorado e acabei voltando. É difícil, mas quero muito parar de vez”, garantiu ela.

Antes da reunião, todos os pacientes atendidos pelo programa Anti-Tabagismo passaram por uma aferição de pressão arterial e de glicemia. Esta foi a segunda data anual de combate ao tabagismo celebrada em Maricá. A primeira foi lembrada no dia 31 de maio, quando é comemorado o Dia Mundial Contra o Fumo. “O perfil é basicamente o mesmo nos dois, quando nós monitoramos e orientamos nossos pacientes. Também encaminhamos alguns dos casos para um acompanhamento psicológico quando necessário”, disse a coordenadora Sônia de Mattos Vila Real.

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