Curso contêm aulas práticas, com exercícios que trabalham memória, voz e corpo e pouca teoria - Foto: Fernando Silva

Uma parceria da Secretaria de Cultura com a Federação de Teatro do Estado do Rio de Janeiro (Fetaerj) trouxe para Maricá a oficina de teatro “O ator e o gesto consciente”. A aula inaugural aconteceu no último sábado, 05/08, no Cinema Público Henfil (Centro), e contou com a participação de 40 alunos.

Ministrada pelo ator, diretor, professor de artes cênicas, jornalista e vice-presidente da Federação de teatro, Renato Neves, a oficina garante certificado e, inicialmente, vai ter duração de dois meses. “Como tem muita gente, pode ser que dure um pouco mais”, contou, adiantando que uma pequena mostra de cenas pode ser apresentada ao público.

Segundo Renato, a oficina também vai permitir que os alunos tenham uma conscientização maior de seus corpos enquanto ferramenta. “Melhorando o comportamento cênico tanto no palco quanto na vida, a postura e a forma de se expressar, além de auxiliar na desinibição. Isso tudo ajuda no desenvolvimento como artista”, completou.

Na primeira atividade, o professor se apresentou e deu aos alunos a orientação de falar o nome dos que se apresentaram antes deles somados aos seus próprios nomes. Quem errasse algum nome, deveria retornar ao final da fila e assim, sucessivamente, até que todos tivessem acertado tudo. À cada erro, muitas risadas.

Após o exercício, a explicação. “Teatro não é igual a andar de bicicleta que você aprende e não esquece mais. O ator tem que se exercitar, estar com memória, voz e corpo em dia. Isso é fundamental numa performance. Ou ele enferruja. Por isso, as aulas são sempre práticas com exercícios que trabalham memória, voz e corpo e pouca teoria”, explicou.

Coordenador do espaço, Perceu Silva explicou que a oficina faz parte do “Maricá em Cena”. “Além de espetáculos teatrais de ocupação, são realizadas outras atividades como apresentações de palhaços nos hospitais, intervenções no trânsito e cursos de capacitação”, disse.

Mas por que realizar mais um curso de teatro na cidade? De acordo com Renato Neves, o motivo é óbvio: “Primeiro pela demanda gigante que a cidade tem demonstrado nos últimos meses, que é uma coisa surpreendente de consumo por cultura e de artistas querendo entrar no mercado em potencial. E Maricá tem nos sugerido uma contramão na história do que está se vendo no país, então urge realmente por uma formação para os artistas da cidade”, resumiu.

Morando em bairros distintos, Johnny Quintanilha (18 anos), no Flamengo, e Ana Beatriz Freire (15 anos), no Bairro da Amizade, têm algo em comum. Amam o teatro, ficaram afastados por um tempo e viram na oficina a oportunidade de voltar. “Eu resolvi fazer o curso porque quero aprender mais e agregar conhecimento sobre o teatro”, disse Johnny. Ana Beatriz também falou sobre se aprimorar, fazer amigos e destacou o incentivo da mãe. “Quando abriram as vagas, minha mãe falou para eu fazer porque sempre me expressei muito bem”, contou.

Aos 60 anos, José Carlos de Andrade, morador de Pindobal tem dificuldade de interagir e viu no teatro a possibilidade de interagir com outras pessoas. “Eu tenho capacidade de me relacionar, então espero melhorar, me superar em muitas coisas para vencer a mim mesmo”, confessou.

Aos 16 anos, Monike da Costa é moradora de Bambuí. A adolescente, era uma das mais animadas com a aula, mas a arte não é novidade em sua vida, que também participa de outro curso de interpretação no Henfil. “Eu faço aula às quintas e também participei das oficinas da Fetaerj porque acredito que cada professor tem uma maneira de ensinar. Então eu vou aprender várias coisas de maneiras diferentes”, declarou.

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