Secretário João Carlos apresentou o projeto em parceria com outras pastas no CEU - Foto: Katito Carvalho

Uma parceria da Prefeitura de Maricá através das secretarias de Participação Popular, Direitos Humanos e Mulher, de Educação e de Cultura, com os movimentos Unegro e Movidade vai realizar o I Concurso de Redação e Desenho nas escolas municipais e estaduais de Maricá com o tema “Mulher Negra Latino-americana e caribenha”. O lançamento do projeto foi realizado na última sexta-feira, 28/07, no CEU (Mumbuca) e contou com a participação do secretário de Comunicação, Ciência e Tecnologia, Sérgio Mesquita e da diretora do Colégio Estadual Eliziário Matta, Elizabeth da Costa Anhaia, além de outras autoridades.

Durante o evento, foram apresentadas a proposta do concurso com duração de três meses e previsão para começar na segunda quinzena de agosto e a comissão organizadora, composta por representantes da Coordenação de Política para as Mulheres e de Desigualdade Racial (ambas vinculadas à Secretaria de Participação Popular, Direitos Humanos e Mulher), da Secretaria de Educação, da Secretaria de Cultura, além de integrantes dos movimentos negro MNU (Movimento Negro Unificado), União de Negros pela Igualdade (Unegro) e Movimento afrodescendente pela igualdade racial (Movidade).

“É um mundo onde toda criança e adolescente tem que navegar. É vital que cada criança leia um livro por semana, que cada adolescente leia um livro ou uma poesia e que faça também uma poesia, porque a criança que está envolvida no meio da leitura, da escrita, da pintura, da música e da imaginação com certeza vai ser um cidadão de bem entendendo o universo e suas dificuldades. Esse projeto tem tudo para dar certo e nós queremos levar para todos os cantos de Maricá”, adiantou o secretário de Participação Popular, Direitos Humanos e Mulher, João Carlos de Lima, o Birigu.

Segundo a coordenadora de Política para as Mulheres, Luciana Piredda, o edital de convocação, o regulamento e a premiação já estão sendo definidos, assim como as escolas que vão ser contempladas. “Pretendemos atuar nas escolas com oficinas para sensibilização desses alunos usando recursos audiovisuais, cênicos, textuais, com palestras tratando da história da mulher negra na nossa sociedade e na capacitação dos professores para que ajudem os alunos na confecção dessas redações”, declarou.

Luciana disse ainda que o objetivo da proposta é anual, para que todas as unidades do município sejam atendidas. “Mas este é um projeto piloto que estamos fazendo com os recursos já disponíveis nas instituições envolvidas. Então, pretendemos atender este ano quatro escolas da rede estadual (Elisiário, Dr João, Cieps 259 e 391) e da rede municipal ainda a definir, sendo o segundo segmento para redação e ambos os segmentos para desenho”, adiantou.

Secretária de Educação, Adriana Luiza da Costa falou sobre a construção diferenciada da visão de mulher negra aguerrida nos pequenos. “Através das nossas crianças esse respeito à mulher negra vai ser espalhado para os pais, parentes e quem mais estiver perto, para que valorizem a mulher percebendo esse preconceito que é maior ainda quando se trata de negras. Nesse trabalho que estamos fazendo em conjunto, vamos tentando vencer esse preconceito”, contou, adiantando que todas as unidades municipais vão trabalhar o tema, desde a educação infantil, mesmo que sem fazer parte do concurso. “A participação vai depender do edital, mas o tema vai ser levado para todos”, ressaltou.

Secretária de Cultura, Andrea Cunha falou sobre a importância da iniciativa. “Trabalhar esses projetos extraclasse, o desenho, a redação, incentiva muito o aluno em ter o conhecimento, aprender de forma mais lúdica. Ainda mais se tratando de um tema tão pertinente e que mexe muito, que é a questão do empoderamento da mulher negra. Isso é muito importante”, garantiu, acrescentando que contação de histórias também podem ser realizadas sobre o tema, para ajudar na construção das redações e desenhos.

Representante do Movimento Movidade, Marcia Passos falou sobre estereótipos e preconceitos. “A participação do negro na sociedade e na cultura brasileira ainda está renegada ao esquecimento. E mais precisamente da mulher negra que representa a base de construção não só no Brasil, mas em todas as sociedades por onde ela passou. Queremos esse reconhecimento para buscar posições mais elevadas na sociedade, coisa que a mulher negra ainda não participa. E é nas escolas que a gente tem que atuar, derrubando estereótipos”, disse.

Luciane Vieira, representante da Unegro também destacou o resgate da identidade da menina negra. “Ela vai estar se vendo e se retratando ou retratando alguém que para ela tenha alguma importância. E esse resgate a gente não vê no cotidiano porque a população negra não tem sua representatividade nos livros infantis e didáticos, nos desenhos, então esse projeto faz com que a criança tome posse dessa história, da identidade, dos traços dela”, esclareceu.

No encontro, um delicioso café com comidas da cultura afrodescendente para mostrar a diversidade e a influencia da cultura africana na nossa sociedade foi oferecido a todos os presentes. Entre os quitutes: caldo de feijão, café, aipim cozido, melado, manteiga de garrafa, batata doce e banana cozida.

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