Aula aberta do Pré-Enem sobre "Era Vargas" acontece dia 24/08 no anfiteatro - Foto: Michel Monteiro

O anfiteatro da Praça Orlando de Barros Pimentel, no Centro de Maricá, foi palco nesta quinta-feira (08/05), de aula especial do Pré-Enem Popular 2017. Cerca de 300 alunos reuniram-se no teatro a céu aberto para assistir as aulas sobre fascismo e nazismo ministradas pelos professores William Campos e Marcos de Dios sobre I Guerra Mundial, a Grande Recessão e Regimes Totalitários.

Os dois mestres revezaram-se no tema e aplicação de conceitos sobre Comunismo (Revolução Russa e criação da U.R.S.S.), fascismo (Itália, Espanha e Portugal) e nazismo (Hitler e a ideologia da raça ariana), trabalhando em conjunto com o alunado na correção dos exercícios em sala de aula e gabaritos de provas anteriores do Enem. A parte sobre nazismo do sociólogo e ex-prefeito Washington Quaquá, que falou de forma contextualizada sobre o tema.

“O nazismo, assim como o fascismo, foram e são movimentos políticos gerados por valores de uma classe social em declínio econômico, que não aceita perder condições e privilégios e não consegue, ao mesmo tempo, reorganizar-se coletivamente para recuperar ou melhorar seu status”, analisou Quaquá. “Extremamente conservadora, produz ideologias de exclusão social, onde as minorias raciais e de gênero – negros, judeus, ciganos, mulheres, homossexuais e pobres de uma maneira geral – são ‘os culpados’ por sua decadência”, adiantou.

“A sociedade só avança com inclusão, e isolar grupos étnicos como bode expiatório é a maneira mais fácil de justificar a impotência”, prosseguiu. “Além disso, o fascismo tenta compensar essa lacuna buscando simbolicamente na figura de um líder político a figura do ‘pai’. Tudo isso é canalizado de maneira sensacionalista”, completou. Ainda segundo o ex-prefeito, a violência é a forma de camuflar as frustrações individuais e sociais, verdadeiras motivações desses grupos para agir em sociedade de forma agressiva.

“Esse tipo de sentimento negativo gera um estado de revolta que começa no indivíduo, família e grupos maiores, podendo atingir toda a nação, como já ocorreu durante a História e continua ocorrendo, com os chamados grupos neo-fascistas”, acrescentou. “Todos estamos ameaçados a ser infectados por esse vírus. É preciso estar alerta para não ajudar a ‘chocar’ o ovo da serpente”, finalizou Quaquá em referência à uma citação da socióloga Hanah Arendt.

Presentes à aula, os secretários municipais Sérgio Mesquita (Ciência, Tecnologia e Comunicação), Andrea Cunha (Cultura) e João Carlos de Lima “Birigu” (Participação Popular, Direitos Humanos e Mulher), além de Mariana Mello (coordenadora de Políticas para a Juventude) e do professor de Geografia Maurício Vargas.

Os estudantes Bárbara Julian, 20, moradora em Nova Metrópole; Beatriz Mendonça, 20, moradora no Boqueirão, e Pablo Lima, 22, morador na Mumbuca, disseram que o curso está sendo muito produtivo. “Espero passar para Biologia Marinha. Estou me esforçando para isso”, declarou Beatriz. “Quero fazer Educação Física. Ter um pré-vestibular gratuito é tudo de bom”, disse Pablo. “Os professores são muito bons, falam a linguagem do jovem. Essa aula de hoje foi uma lição de convivência”, finalizou Bárbara.

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