Palestra foi feita para alunos da Escola Estadual Elisiário Matta sobre direitos violados e depressão - Foto: Divulgação

A equipe do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) junto ao Núcleo de Atendimento Psicológico (NAPSI), vinculados às secretarias de Assistência Social e de Saúde, respectivamente, foram convidadas nesta quarta-feira (07/06), a orientar alunos da Escola Estadual Elisiário Matta sobre direitos violados e doenças biopsicossociais como ansiedade, depressão. A ação também serviu para alertar sobre o aumento do número de casos de automutilação. A diretora da escola, Elizabete da Costa, percebeu a necessidade desta conversa com os alunos em função do game “Baleia Azul”, associado a casos de mutilação e até suicídio.

O psiquiatra Nelson Macedo e a assistente social do NAPSI, Nilcéia Barbosa, explicaram sintomas e causas das doenças biopsicossociais e a importância do apoio que todos devem dar a quem sofre com elas. “Atualmente, 70% dos adolescentes que atendo não têm doença mental. O tratamento para esses casos é o apoio emocional para que possam superar os obstáculos”, relatou Nelson. “É importante ter a sensibilidade de compreender que o “bullying” afeta gravemente o emocional do outro. Caso perceba a mudança de comportamento ou a tristeza de alguém, busque ajudar de alguma maneira, nem que seja avisando a direção do colégio ou a família desta pessoa”, orientou Nilceia.

Os alunos questionaram sobre como perceber a doença, o que fazer para ajudar, o porquê de serem tratadas como frescura, se têm cura, entre outras perguntas. “Caso vocês percebam que uma pessoa está retraída diariamente, com roupas compridas mesmo no calor ou agressiva demais, podem contar que ela está com algum problema. Tentem conversar e dar apoio a esta pessoa. Procurem a direção ou algum professor do colégio que eles a encaminharão para os profissionais que vão analisar e ajudar a família deste adolescente”, aconselhou Nelson. O médico disse que estas doenças ainda são tratadas com descaso, pois as informações são ignoradas por algumas pessoas. Informou também que o tratamento depende de cada pessoa.

As assistentes sociais e a psicóloga do CREAS, Edna Costa, Luana Cavalcanti e Juliana Martins, prosseguiram com a palestra apresentando o equipamento e as demandas executadas como a população em situação de vulnerabilidade sobre casos de negligência, abuso e exploração sexual, violência física e psicológica, dentre outros. As profissionais explicaram a diferença entre violência física e psicológica e informaram os telefones para denúncia – que é feita anonimamente, bastando dar o endereço correto, com ponto de referência, do eventual suspeito (a). “Cerca de 400 famílias atendidas no Creas são casos de direitos violados. Denunciem pelo Disque 100 ou o 180, em caso de violência doméstica”, orientou Juliana. “Caso vocês saibam de algum caso desses ou suspeitem de alguém, podem contactar também a delegacia, o Creas ou o Conselho Tutelar”, completou Luciana.

Sobre a dúvida de como agir caso a vítima sofra violência institucional no momento que está denunciando, foi passada a orientação para que a pessoa vá ao Fórum Municipal preencher um formulário da Corregedoria da Polícia obrigando que a queixa seja registrada, pois é um direito do cidadão. Caso seja algum profissional da escola que rejeite a denúncia, é importante procurar a Secretaria de Educação e denunciar a eventual omissão do funcionário. Foram explicadas ainda as medidas socioeducativas que os jovens cumprem ao violar as leis. “Lembro também que é crime a divulgação em redes sociais de vídeos e imagens que violem direitos civis”, alertou Edna.

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