Seminário aconteceu na 1ª Igreja Batista de Maricá com palestras sobre práticas terapêuticas - Foto: Clarildo Menezes

O Serviço de Atendimento de Reabilitação Especial de Maricá (Sarem), vinculado à Secretaria de Assistência Social, realizou nesta segunda-feira (24/04), das 8h às 18h, o 1º Seminário de Reabilitação. O evento aconteceu na Primeira Igreja Batista de Maricá, no Centro. Com a moderação da coordenadora do Sarem, Sheyla Azevedo, o seminário aconteceu sob o tema “Um olhar interdisciplinar na prática terapêutica” e ofereceu sete palestras que se encontraram em conclusões como a importância da formação específica para esse tipo de atendimento clínico, sobre a necessidade dos profissionais trabalharem sempre no estímulo ao paciente e do resgate das potencialidades do sujeito atendido.

A primeira palestra foi da fisioterapeuta com formação no conceito Bobath, Claudia Maidano, que abordou a importância do tratamento transdisciplinar da encefalopatia crônica na infância. “É necessário que todos os profissionais entendam o papel de cada um para um melhor atendimento daquela criança. Além de escutar e orientar os responsáveis, para que todos trabalhem juntos”, comentou Claudia.

Em seguida, a fonoaudióloga, psicopedagoga, neurocientista aplicada à reabilitação e mestre na área da audição, Sandra dos Santos, falou sobre a porta de entrada para a neuro-reabilitação auditiva com imagens explicativas e um instrumento de captação de vibrações de sons que exemplificou como um surdo recebe a comunicação com o mundo. “Experimentem ouvir quatro minutos de Beethoven todos os dias. Pesquisas provaram que suas músicas ativam todas as frequências e nível de fala”, descreveu.

A terceira palestrante foi a fonoaudióloga, psicopedagoga, especialista em neurociência aplicada à aprendizagem e extensão em terapia cognitiva, comportamental, mestranda em neurologia e neurociência, Giselle Vairo. Ela explicou sobre o Transtorno do Espectro Autista e a importância da flexibilidade cognitiva para se “fazer” entender o outro. “O objetivo é se comunicar independente do meio, seja por símbolos, entonações ou libras. Deve-se criar um código comum”, disse Giselle referindo-se aos anseios futuros de um autista diante da sua vivência.

Na parte da tarde, a terapeuta ocupacional e especialista em integração sensorial de baixa e média visão, Rosane Veronês, explicou sobre a estimulação precoce e a importância do tratamento em tempo hábil. “Com o tratamento no tempo ideal, a criança terá um desenvolvimento mais ágil e terá suas reações mais fortalecidas e potencializadas”, contou. A também terapeuta ocupacional, certificada em integração sensorial com capacitação do treinamento da medida de fidelidade, Fernanda Carneiro, apresentou a introdução da Integração Sensorial (IS) de Ayres. “A IS é um processo neurológico que promove a capacitação de organizar, interpretar sensações e responder de maneira apropriada ao ambiente. Permite a criança experimentar o corpo nas ações e nas atividades do dia a dia”, explicou Fernanda.

O fisioterapeuta, PhD e doutor em neurociência, Renato de Paulo, orientou sobre o tratamento integrativo para pacientes com doenças raras. Uma de suas diversas técnicas de trabalho é a terapia de contenção induzida, que é a suspensão “Sling Training”, que permite uma estabilização local das articulações através de uma estimulação instável, rápida e intensa. “É essencial dar uma recompensa para o cérebro do paciente em tratamento, assim os resultados têm mais sucesso”, disse. Renato informou que cerca de 5% da população tem alguma doença rara e que todos os dias aparecem pelo menos três tipos diferentes.

Renato ainda deu algumas sugestões de infraestrutura para assistência e pesquisa na rede de Saúde de Maricá. A professora adjunta da UERJ e a psicopedagoga do movimento uniforme, Bianca Fonseca e Aleksandra Sales, finalizaram o evento abordando sobre as condições genéticas, dificuldades de aprendizagem e inclusão escolar.

Compuseram a mesa de abertura a subsecretária de Assistência Social, Laura Costa; o coordenador de Proteção Especial, Alan Christi; a coordenadora de Diversidade e Educação Inclusiva, Helen Ribeiro; e a coordenadora de Saúde Mental, Edna Francisca da Silva. O encontro contou com a presença dos representantes dos Cras, Saddef, Equoterapia, Fortalecimento de Vínculos, Creas, Bolsa Família, Coordenadoria de Atendimento à Crianças e Adolescentes, das equipes das secretarias de Educação e da Saúde. As escolas municipais e particulares também fortaleceram o evento, assim como instituições e conselhos municipais. Compareceram equipes técnicas e pedagógicas de seis municípios vizinhos: Niterói; São Gonçalo, Itaboraí, Rio Bonito, Guapimirim e Araruama.

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