Famílias do Areal foram incluídas nos programas da Secretaria de Economia Solidária - Foto: Jorge André

Descobertas pela Prefeitura em situação de extrema pobreza, sete famílias da localidade do Areal, em Bambuí, receberam nesta quarta-feira (26/04), o benefício do Cartão Mumbuca. As famílias, que vivem em barracos construídos com papelão, pedaços de madeira, plástico e panos, agora passam a fazer parte do programa de combate à pobreza Renda Básica de Cidadania (RBC), que inclui o acesso aos recursos do Renda Mínima Mumbuca, do programa Jovem Solidário e do programa para gestantes.

A entrega desta quarta-feira é o resultado concreto da operação de inclusão social que envolveu várias secretarias. O grupo, que vive em uma área isolada, de difícil acesso e do qual fazem parte treze crianças e várias jovens grávidas, foi localizado a partir de informações que chegaram através das redes sociais da Prefeitura. A partir daí, as secretarias de Economia Solidária e Assistência Social foram a campo para verificar a situação e resolver os problemas e estiveram com as famílias em fevereiro último, liderados pelo secretário de Economia Solidária, André Braga. Na ocasião, funcionários do Centro de Referência em Assistência Social (Cras), de Cordeirinho, realizaram o cadastramento das famílias para o posterior acesso ao programa de transferência de renda.

A coordenadora de Cadastro da Moeda Social Mumbuca, Luceli Santos, que acompanhou a primeira visita e retornou para a entrega dos cartões, lembra da realidade chocante que encontrou. “Fiquei muito emocionada quando cheguei ao local. Foi uma das cenas mais marcantes que vi”, afirmou. Lili, como é conhecida, ficou espantada por morar no bairro e não saber que pessoas ali passavam por esta situação. “São barracos muito frágeis e várias jovens grávidas, tudo ali pertinho e eu não tinha conhecimento”, ressaltou.

Além da dificuldade de acesso, a área onde os barracos ficam não tem água encanada e sistema de esgoto. Apenas um banheiro, improvisado, atende aos moradores, a maioria de uma mesma família. A energia elétrica é conseguida através de ligações clandestinas na rede pública. São seis barracos e uma casa de alvenaria com um cômodo apenas (esta construída graças à doação da coordenadora e de sua família), onde mora uma das grávidas.

A diarista Rosalina da Silva, 33 anos, era só alegria com a inclusão no Renda Mínima. Com três filhos e sem renda fixa, a ajuda é muito bem vinda. “Sou nascida e criada aqui. Trabalhava no quiosque na praia, mas neste período fica difícil obter trabalho. Com os filhos e a casa esse dinheiro vai ajudar muito”, disse. Cada beneficiário receberá de 85 a 185 mumbucas de acordo com o programa que está inserido (de R$ 85 a R$ 185 carregados mensalmente em um cartão de débito).

Depois da entrega dos cartões, feita pela subcoordenadora de Gestão do Banco Mumbuca, Natália Sciammarella, o secretário André Braga acrescentou que o programa vai além de distribuição de renda. “Este beneficio fomenta o desenvolvimento da economia do município, gera trabalho e renda, muitos beneficiários usam esses recursos também para multiplicar esta renda, compram mercadorias para vender, buscam melhorar suas vidas e realizam com trabalho o milagre da multiplicação”, avaliou. “Outros voltam a estudar e buscam qualificação nos cursos gratuitos oferecidos pela prefeitura, não se acomodam com o benefício. Nossa ideia é fazer com que as pessoas cresçam, elevem sua auto estima, usem o programa para se desenvolver econômica e socialmente”, acrescentou.

A assistente social da secretaria, Marilene Siqueira, contou um bom exemplo de utilização do programa. “Uma beneficiária utilizou o dinheiro do Renda Mínima para comprar uma bicicleta e material para fazer cocadas e as vende no Centro da cidade”, disse.

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