“O cinema é muito ação. Vamos aprendendo a cada acontecimento porque o processo é uma troca”. Assim, a cineasta Mariana Figueiredo, que também é coordenadora de áudio visual, deu início à primeira aula do “Cine Henfil em Ação”, curso que acontecerá no Cinema Público Municipal Henfil (Centro) durante os próximos quatro meses, sempre às quartas feiras em dois horários: das 9h às 11h e das 18h30 às 20h30, num total de 36 h/aula cada. Cada turma conta com 50 inscritos, e já há uma lista de espera para próximas.
A aula da manhã contou com a participação da atriz Tássia Camargo. “Tenho quase 40 anos de profissão. Comecei no teatro, fui para a televisão e depois para o cinema. Aos 40 anos, fui fazer faculdade de cinema”, contou. “A cada dia você está amadurecendo aquilo. Quando achamos que já sabemos de tudo, acabamos na profissão, seja ela qual for”, emendou. “O processo de seguir, pegar uma câmera até a edição é importante. Então, é legal esse processo, começar do zero, porque aí você aprende. Claro, usa sua experiência, mas esse processo é muito importante”, declarou.
Formada em cinema, com curso em especialização de roteiro, Mariana falou um pouco sobre o cronograma de aulas, que será dividido da seguinte maneira: história do cinema; linguagem cinematográfica; departamentos (arte, direção, som); roteiro; pré-produção e edição. “Nas primeiras aulas vamos falar de como tudo começou. Logo chega a parte prática, com no mínimo dois curtas metragens”, enumerou. “Duas aulas vão ser direcionadas a pré-produção e as duas últimas a edição. Por último, num sábado, a exibição para a família de vocês e o público em geral”, acrescentou. “Mas vocês vão descobrir ao longo do curso que há uma parte teórica que necessitamos passar”, completou.
Questionada sobre os equipamentos usados para o processo, a professora esclareceu. “As câmeras e programas são diferentes. Vamos usar os que mais se aproximam da nossa realidade”, disse. “Muda uma ou outra função ou na forma dos programas, mas a essência é única. Todos vão servir para juntar seus planos, trilha sonora, legendas e renderizar. Para mim, o importante é que vocês saibam montar o filme de vocês, cortando no momento certo”, explicou.
Com diferentes objetivos de retorno no aprendizado do curso, Mariana revelou o objetivo e seu desafio: “Nessa primeira oficina, nosso objetivo não é voltado para a construção de histórias de Maricá. Mas que os alunos usem a imaginação para construir com liberdade sobre o que quiserem usando Maricá como cenário. E o meu maior desafio é manter a turma até o final”, concluiu.
Com apenas 21 anos, Eduardo Montes sempre gostou de fotografia e resolveu fazer teatro para ampliar a visão sobre o assunto. “Primeiro fiz curso de fotografia, porque sempre gostei de foto. Então quero aprender um pouco mais sobre foto no cinema”, contou o morador do Flamengo. Quando prestou vestibular, Felipe Zeidan ficou em dúvida sobre o que fazer. O cinema era uma das opções, mas acabou se formando em geografia. Como a secretaria de Cultura passou a oferecer o curso, ele se inscreveu. “Sempre gostei muito de cinema. Sou cinéfilo desde adolescente, quando surgiu a oportunidade de aprender sobre a técnica, eu resolvi agarrar. Não tenho nenhuma experiência”, confessou.
Para o historiador César Brum, o aprendizado vai ajudar na velocidade de seus projetos. “Nem tudo consigo colocar nos livros por conta do tempo. No cinema, o acesso ao público é mais fácil, o patrocínio”, esclareceu. Mirna Brito (37), moradora de Itaipuaçu há quatro meses, estava lá por um motivo diferente. “Resolvi fazer o curso para me socializar e adquirir conhecimento. Sou atriz e no meio da arte sempre tive essa curiosidade sobre a sétima arte”, ressaltou.