Alunos da Escola Municipal do Espraiado plantaram mudas nativas às margens do Rio Caranguejo - Foto: Daniel Luiz

No Dia Mundial da Floresta, o projeto “Maricá Mais Verde” celebra três anos de reflorestamento em prol da cidade. Para comemorar, funcionários da Secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente e cerca de 30 alunos da Escola Municipal do Espraiado realizaram nesta terça-feira (21/03) a semeadura de ipê branco em tubos e o plantio de 15 mudas de ingá (Inga edulis), ipê rosa (Handroanthus heptaphyllus), paineira (Ceiba speciosa) e sibipiruna (Caesalpinia pluviosa) às margens do Rio Caranguejo (Espraiado).

Os estudantes também assistiram a um vídeo, receberam orientações sobre o desmatamento e os males que causa ao meio ambiente e participaram de uma atividade em que sujavam as mãos de tintas e carimbavam numa árvore, como se suas mãos fossem as folhas. “Eles estarão sempre acompanhando o quanto cresceram suas mudas para posteriormente realizarem o plantio às margens do rio. Por isso identificaram as mudas com seus nomes”, disse a educadora ambiental, Paula Kaya.

Leandro Guerra, gestor da Sede da Unidade de Conservação, falou sobre o local escolhido para o plantio. “Amanhã é o Dia da Água, então a importância desse plantio às margens do rio, além de homenagear todas essas datas, é a manutenção da qualidade da água, evitando a erosão. Esse é um dos rios mais preservados da cidade e a instalação da unidade de conservação garante a preservação deste corpo híbrido para as futuras gerações”, esclareceu.

Subsecretário de Biodversidade na época em que o projeto começou a ser realizado, Evandro Sathler – hoje na Escola Municipal de Administração Pública (EMAP) – contou que tudo começou como uma política pública que tinha entre suas vertentes conseguir mudas e o local para plantá-las. “As primeiras 99 mudas foram plantadas no Rio Mumbuca, sendo a primeira delas, um ipê rosa, pelo ex-prefeito Washington Quaquá”, contou. “Com a dificuldade em convencer os moradores da importância do plantio em áreas particulares, fizemos o plantio em áreas públicas e começamos a levar o projeto para as escolas, onde as crianças acompanhavam o plantio de árvores frutíferas incomuns como a pitanga, realizavam a semeadura em potes e eram ensinadas sobre os cuidados com suas mudas em casa”, acrescentou. “Também aprendiam a importância da vegetação para o nosso futuro, aumentando a capacidade da terra em reter mais água”, lembrou.

Ao longo desse tempo, foi reflorestado cerca de 7 hectares (70 mil metros quadrados) de área no município. Além disso, as mudas plantadas e doadas deixaram de ser exclusivamente oriundas de um programa de parceria com a Cedae, proporcionando um aumento na diversidade de espécies, com a produção de 39 delas no viveiro municipal, localizado no Caxito. “O viveiro é onde produzimos ou acomodamos as mudas doadas, porque elas chegam estressadas (perdendo as folhas). Então, vamos cuidando até que se recuperem e algumas levam meses. Quando a raiz está saindo do saco para o chão é preciso ‘desmamar’, cortar para plantar”, explica o coordenador do projeto, Luiz Antonio de Martins Ramos. “Depois separamos e buscamos levar um maior número de mudas nativas possíveis, como pau ferro, sibipiruna, saboneteira, paineira rosa, pau formiga e jacarandá rosa”, acrescentou. “Este é o primeiro passo, onde o Maricá Mais Verde começa”, completou o coordenador, que também é o responsável por cuidar delas no viveiro e levá-las para as atividades.

“Através do projeto, realizamos a arborização urbana e o reflorestamento das margens de rios; nascentes; da área de preservação permanente do sistema lagunar em Guaratiba e de seis áreas de preservação permanente – no Manu Manoela, em São José do Imbassaí, no Espraiado, em Cordeirinho, no Cajueiro (Itaipuaçu) e na Ponte Pedra, num local utilizado irregularmente como depósito de lixo”, acrescentou o subsecretário de Meio Ambiente, Guilherme Motta, que também é engenheiro florestal.

Apesar de todos esses cuidados, uma perda natural entre 10 e 20% das mudas é normal. Por isso, funcionários da Secretaria realizam a reposição periódica das mudas em vários locais. Após um incêndio recente no Manu Manuela, por exemplo, a secretaria detectou a necessidade de um replantio no local. O serviço será feito assim que as chuvas derem uma trégua.

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