O mês de março será lembrado pela equipe da Assessoria de Transferência de Renda, vinculada à Secretaria de Assistência Social, com palestras sobre os direitos das mulheres, dando assim continuidade ao projeto “O Tempo Não Para”. Agora a ação não se fixará apenas na sede da Assistência Social, onde se realiza o Cadastro Único. A equipe também fará estes encontros nos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) do município. A atividade em homenagem ao Dia Internacional das Mulheres, comemorado em 08/03, iniciou no CRAS Centro nesta terça-feira (07/03), às 13h, com a turma do curso de jardinagem do professor Jorge Estrela.
A assistente social, Marcia Antônia, orientou sobre os direitos constitucionais das mulheres e contou o motivo pelo qual a data é lembrada em 8 de março: trata-se de uma referência ao episódio em 1911 no qual 129 operárias e 23 operários da fábrica têxtil Triangle Shirtwaist Company, em Nova York, morreram queimados ou ao se lançarem do nono andar do prédio da empresa durante um incêndio. A Triangle era conhecida na época por ter se recusado a assinar o acordo com o sindicato International Ladies’ Garment Workers’ Union, formado em sua maioria por mulheres. O sindicato já havia liderado uma greve e a empresa empregava em sua maioria mulheres jovens e imigrantes que trabalhavam 14 horas por dia, em condições precárias. O incêndio tornou-se um marco na luta por critérios rigorosos de segurança no trabalho, já que uma das portas que permitiria o escape ficava trancada para evitar que as operárias fizessem pausas durante o turno.
Marcia explicou que até hoje, as mulheres devem recorrer por direitos iguais na sociedade, e por isto é importantíssimo não só lembrar essa data com flores e bombons, mas como um dia de reflexão e da importância da militância feminista. A assistente social também ressaltou os direitos da população quanto ao programa do planejamento familiar, oferecido no Hospital Conde Modesto Leal, para que possa escolher a melhor forma de evitar ser contagiada com doenças sexualmente transmissíveis ou uma gravidez fora da hora. A mulher pode optar pelo DIU ou ligamento das trompas, além das camisinhas distribuídas na Assistência Social ou em qualquer posto de saúde. Também foi orientado sobre os tipos de violência que as mulheres são vítimas e qual instituição recorrerem.
A aluna de jardinagem, M., de 46 anos, expôs seu caso recente de abuso psicológico e agradeceu as orientações. “Infelizmente estou vivendo este momento. Estou sofrendo muitas chantagens e estou quieta por vergonha e respeito aos meus filhos. Mas fico grata por ter participado desta palestra, pois não sabia que existia uma casa da mulher e equipe técnica no CRAS especialmente para estes casos. Agora correrei atrás dos meus direitos”, disse. A coordenadora do CRAS, Karina Damasceno, convidou os alunos para participar das palestras do Dia Internacional das Mulheres (08/03) na unidade, às 15h.
