Bloco do CAPS desfilou com muita alegria e irreverência por ruas do Centro nesta quinta-feira - Foto: Clarildo Menezes

Com o tema “Não ao Preconceito”, o bloco “Sou mas quem não é”, do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), desfilou nesta quinta-feira (23/02), agregando usuários, médicos, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas e demais profissionais da área médica com muita alegria. A concentração aconteceu no Núcleo A/D (Álcool-Drogas), onde o Rei e Rainha do Carnaval do CAPS (Antonio Carlos Rodrigues e Marilza Souza Moreira), convidaram a todos para se juntarem à folia.

Um carro de som puxou o bloco, ao som da marcha-rancho “Sem preconceito”, de autoria do colaborador Pedro Correa, presidente do Bloco do Boi de Guaratiba. A bateria do GRES União de Maricá, ajudou a esquentar o samba e o  bloco percorreu as ruas Clímaco Pereira e Domício da Gama, até a Praça Orlando de Barros Pimentel. No trajeto, outros parceiros do CAPS foram se agregando. “O Bloco do CAPS virou bloco da Saúde. Todos participam e agregam no nosso bloco, o mais democrático de Maricá”, adiantou a coordenadora de Saúde Mental do município, Edna Francisco da Silva. Participaram servidores da Vigilância Sanitária, Educação em Saúde, e outros; e dos setores Assistência Social, como o Serviço de Atenção aos Pacientes de Álcool e Drogas (Sapad), CRAS e Creas; e outros.

As irmãs Silvia Romão, 46 anos, e Derli Cesário, 41, têm uma história interessante. Internadas durante 11 anos em hospitais psiquiátricos diferentes, vieram a se reencontrar em Maricá, depois da desativação dos manicômios, e hoje fazem tratamento no CAPS, morando juntas em uma das residências terapêuticas (SRT), do município. Carlos Ferreira Costa, 37 anos, é outro paciente do CAPS II. Com transtorno mental, pouco fala, mas participou com alegria do Carnaval. O Rei do Carnaval Antônio Carlos Rodrigues, disse que não pensava ser eleito. “Mas fui o mais votado, fazer o quê, né?”, brincou.

Segundo a coordenadora do CAPS II, Francine Azevedo, “o Carnaval é uma das festas do nosso calendário. Temos o 18 de maio (Dia da Luta Antimanicomial), São João e outras. O Serviço de Atenção Básica em Saúde inclui também a Coordenação de Saúde Mental, o CAPS II e AD, além das Residências Terapêuticas e Atendimento Hospitalar para Saúde Mental. “Só os CAPS trabalham com mais de 300 prontuários ativos, e uma equipe multidisciplinar de cerca de 40 profissionais para atender uma média de 40 pacientes/dia nas unidades terapêuticas”, comenta.

De acordo com o coordenador do CAPS AD, psicólogo Antônio Cesar Viellas, o trabalho é expansivo, com visitas domiciliares em alguns casos. “Nosso objetivo é reinserir o portador de transtorno mental, buscando seu ajustamento na família e na sociedade, ajudando-o a levar uma vida mais feliz, digna e justa. Alguns de nossos pacientes, conseguem emprego e voltam a ter uma vida social normal”.

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