A estreia do Circuito Ecológico – agora também às quartas-feiras – foi um sucesso. Doze pessoas participaram do percurso, que contou com duas horas de caminhada leve, passando por córregos e nascentes até o Rio Espraiado.
Durante o percurso, os participantes conheceram a Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie) no Vale de São Francisco de Assis enquanto a coordenadora do projeto, Márcia Freitas, dava explicações sobre a fauna e flora local, como o afloramento do lençol freático; a importância do extrato de floresta e da área de médio porte para as árvores de grande porte (dossel); a diferença entre o aruá-do-mato (s.p. megalobulimus) – ameaçado de extinção – e o caramujo africano (s.p. achatina fulica) e a diferença entre espécies endêmicas e exóticas e a existência de uma terceira classificação: as exóticas invasoras, que depredam e competem com o ser vivo local.
“Uma árvore de grande porte evapora na atmosfera cerca de 1.000 litros de água/dia, captado do lençol freático que fica abaixo da terra há mais de 50 metros. Imagina isso em proporções planetárias”, ponderou a condutora ambiental, explicando também que o objetivo inicial do projeto era divulgar as belezas naturais de Maricá, mas que aos poucos, ele foi se voltando mais para a preservação ambiental e o uso sustentável da unidade de conservação. “Além de conhecer a cidade, é importante que as pessoas saibam dos prejuízos que causam ao meio ambiente e consequentemente, suas próprias vidas, ao deixar o lixo abandonado ou oferendas em qualquer lugar”, concluiu.
Duas mudas de pau ferro, árvore rara na região, também foram plantadas pelos aventureiros. Uma delas pela paulista Sandra Regina Lemos, 59 anos, que está na cidade visitando o irmão, Aurélio Lemos, 63, morador de Itaipuaçu. “Estou aqui há cerca de dois meses e já fiz de tudo um pouco. Gosto de caminhar, de natureza, então ele me trouxe para cá e eu adorei. Não quero mais ir embora. Nem sei quando vou voltar”, contou sorridente.
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