Seminário de cooperativismo debateu temas turísticos e de economia solidária - Foto: Clarildo Menezes

O segundo dia do seminário que discute o “Cooperativismo para o Desenvolvimento Econômico Solidária em Maricá” teve como tema o Turismo. Realizado pela Secretaria Executiva de Politicas Sociais, através da Secretaria Adjunta de Economia Solidária e Combate à Pobreza e em parceria com a Organização das Cooperativas do Brasil (OCB/RJ), o encontro, debateu os principais pontos no desenvolvimento do turismo solidário. As discussões estão acontecendo desde a segunda-feira (05/12) na Pousada Sollares Sollar, no Boqueirão. Nesta terça-feira (06/12) o debate começou com a formação de mesas onde cada uma delas ficava responsável por pontuar questões relacionadas ao tema do dia, como oportunidades, fraquezas, fortalezas, ameaças e ações. A intenção do seminário é montar um plano de ações, projetos e programas na área de economia solidária, focando no cooperativismo em Maricá até 2020.

O secretário adjunto de Economia Solidária e Combate à Pobreza, André Braga, fez um balanço sobre o seminário. “Depois de ontem que debatemos com profundidade o projeto de Soberania Alimentar tendo como base a Economia Solidária, hoje estamos construindo as bases para um planejamento, levantando pontos fortes e pontos fracos, oportunidades e ameaças ao projeto. Por fim, colocaremos em prática”, destacou.

Representando o Fórum de Articulações do Comércio Justo e Solidário (FACES), Rosemary Gomes falou do turismo solidário e como é possível implantá-lo. Afirmou que o turismo por si só é um mecanismo gerador de renda, e que as pessoas procuram as cidades por conta dos atrativos. “Belezas naturais são também um gerador de renda, e dentro do turismo de base comunitária as cadeias produtivas, que são focos vocacionais daquela região, são envolvidas no processo”, avaliou, lembrando que as ações desenvolvem atores produtivos, como por exemplo, a rede de mulheres rendeiras. Rosemary acrescentou, ainda, que, além das cadeias produtivas artesanais, cultural, existe ainda a questão da alimentação, e apontou que com o turismo grupos acabam se organizando para fazer restaurantes, pousadas, hotéis onde são servidas comidas típicas da região. “Conheço locais de quilombo onde os moradores além de oferecer a cultura quilombola, mostram para o visitante como se faz a comida”, ressaltou. O território indígena de Paraty foi outro exemplo apontado por ela. “Lá tem vários restaurantes indígenas, com a cultura da tradição local, e esta complexidade toda está dentro deste arcabouço chamado turismo”, finalizou.

O setor, que segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT) é a segunda maior atividade econômica do mundo, não só envolve as políticas para receber o visitante (estradas, obras e hotelaria), mas ainda o fortalecimento dos atores que vão servir aos turistas, gerando renda não só para as famílias envolvidas, mas para a própria rede produtiva. Mas a atividade traz em contrapartida os ônus que devem ser tratados pelas políticas públicas, que devem buscar minimizar os impactos ambientais que o turismo pode causar, como a ampliação de resíduos sólidos. Deve também buscar formas de coleta de lixo de forma sustentável. Outros exemplos são a politica de transporte, de mobilidade social e transporte público.

O secretário adjunto de Turismo, Amaury Vicente, mostrou projetos em desenvolvimento na cidade e que, segundo ele, estimulam o turismo na cidade. “Aqui temos o Circuito Ecológico Caminhos de Maricá e o Sob o Céu, Sob o Sol de Maricá para citar apenas dois que já são referência”, descreveu, lembrando também do trabalho de revitalização feito com o Espraiado de Portas Abertas. Estimulando o turismo rural, a iniciativa recebeu forte intervenção da prefeitura para que se desenvolvesse. “Hoje todos os projetos da secretaria fazem parte do Espraiado de Portas Abertas”, ressaltou.

Representando as tapeceiras do Espraiado, Ilma Macedo, 66 anos, afirmou que por ser um trabalho sofisticado o custo é alto e tem pouca saída em Maricá. Formado em 2003 no Espraiado, o grupo já participou de algumas exposições fora da cidade e a venda dos produtos, feitos com o famoso Ponto Brasileiro, fica bem restrita. “Não podemos perder esta cultura. O Espraiado de Portas Abertas ajudou muito na divulgação do nosso trabalho”, comentou.

Outro que falou de suas experiências com o turismo foi o cacique Darcy Tupã da aldeia Tekoa Ka’aguy Hovy Porã (“Mata Verde Bonita”, em tupi guarani), localizada em São José do Imbassaí. Para ele, a iniciativa do governo municipal de acolher sua família foi importante para a cidade e para a sua tribo. “Devemos muito ao prefeito pela acolhida. Nos ajudou a manter nossa cultura e alegria”, disse. O local recebe com frequência visitantes que querem conhecer o dia a dia na aldeia. Com as visitas, os índios expõem e comercializam seus produtos.

 

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