Feira feita pelos alunos teve o tema "Diversidade Cultural Brasileira: A Herança da África" - Foto: Clarildo Menezes

A Escola Municipal Alfredo Nicolau da Silva Junior, no Marquês, realizou nesta sexta-feira (18/11), uma feira integrada produzida pelos próprios alunos. Com oficinas, debates, palestras e danças africanas, o projeto denominado “Diversidade Cultural Brasileira: A Herança da África” faz parte das comemorações referentes ao dia da Consciência Negra (comemorado no dia 20/11), porém não se limitou a abordar um único tipo de preconceito. O evento teve inicio as 9h30 e se estendeu pelo período da tarde.

Em uma das salas reservadas para a feira era possível participar de um debate com o tema: “Igualdade de direitos no acesso a educação formal”. Para fomentar a discussão os alunos fizeram a leitura do livro “Eu Sou Malala”, e apenas com a supervisão dos professores os estudantes debateram as suas percepções e o conhecimento adquirido com a história da menina paquistanesa que sensibilizou o mundo.

Segundo o diretor geral da escola, Felipe Cavalcanti, a intenção desse tipo de debate é criar uma perspectiva no aluno para que ele possa enxergar o mundo com outro olhar. “A escola esse ano buscou trabalhar com uma postura mais crítica de construção do conhecimento, queríamos trabalhar com a questão da diversidade. Não ficamos presos somente no racismo contra negros. Foram os alunos que escolheram esse livro”, destacou. A aluna do 8º ano, Sara Fernandes, de 13 anos, era uma das mais ativas no debate. Demonstrando conhecimento e muita clareza nas ideias expostas ela prendeu a atenção dos colegas e transitou tranquilamente por vários assuntos como racismo, padrões de beleza e preconceitos de forma geral.

Em outra sala foi realizada a palestra “As comunidades quilombolas do Rio de Janeiro”, ministrada pelo advogado e professor de Geografia, Agni dos Santos. “A ideia da palestra foi trabalhar com os alunos a questão do planejamento urbano participativo, mostrar que grupos sociais precisam respeitar e compreender a realidade da sua ancestralidade, a realidade social em que se insere não só os quilombolas, como as comunidades menos favorecidas”, ressaltou. A aluna Estefane Cristina, de 13 anos, que está no 7º ano afirmou que esse tipo de evento realizado na escola é constante e que participa de todos. “Acho muito importante esse tipo de discussão. Até porque muitas pessoas ainda têm preconceitos. É normal pensar diferente, agir diferente, ideias diferentes são necessárias em nossa sociedade, pois assim a gente pode mudar o mundo”, destacou. Na quadra da escola ainda era possível conferir uma exposição com pinturas, charges entre muitos trabalhos feitos por alunos de todas as séries.

De acordo com o professor de Geografia Vanderlei Ferreira, a feira integrada é na verdade um evento interessante e democrático, com uma linguagem fácil que permitiu inserir os alunos em todas as etapas do processo de criação. “A ideia central era envolver os alunos o tempo todo. Eles produziram os materiais, as danças, os contos, as oficinas de dança, turbantes e escolheram os temas. Foram eles que pesquisaram e promoveram os debates. Trouxemos alguns professores de fora para ser palestrantes e agregar conhecimento, mas o processo criativo é mérito dos alunos”, destacou.

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