A campanha Outubro Rosa, realizou na sexta-feira (28/10), caminhada de conscientização da mulher quanto à importância do tratamento do câncer de mama e da saúde preventiva feminina como um todo. A caminhada, iniciada após a concentração na Praça Conselheiro Macedo Soares, às 18h, contou com a participação de diversas lideranças civis e comunitárias, além de representantes da sociedade civil que levaram cartazes lembrando da data. Tendo à frente um trio elétrico, os participantes caminharam pela Rua Ribeiro de Almeida até a Rua Alferes Gomes, onde fica o Cinema Público Municipal Henfil. Lideraram a caminhada, a secretária municipal adjunta de Assistência Social, Laura Maria Vieira da Costa e a coordenadora de Políticas para as Mulheres, Luciana Piredda.
Laura lembrou que o câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, mas que a prevenção reduz bastante o risco da doença. “Segundo a enfermeira Renata Santos, que ministrou palestra sobre o tema esta semana, devemos ter em mente que um diagnóstico de câncer não é uma sentença de morte, e que o câncer de mama pode ser curado. Fala-se muito na prevenção, que é importante, mas sabemos também que 66% dos casos que são descobertos no início alcançam a cura, por isso o autoexame pode fazer a diferença”, comentou a secretária, que como vários outros participantes, também usava um laço de cor preta preso à roupa, um protesto contra a proposta de extinção do Serviço Único de Assistência Social e da Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos.
A campeã de natação Mariana Mello, maratonista aquática que carregou a pira olímpica este ano representando Maricá, também esteve à frente da caminhada. “Sou da Juventude Socialista e da Frente Popular de Mulheres de Maricá. Além de atleta olímpica, sou mulher e cidadã. Defender nossa saúde e integridade é, antes de mais nada, um dever de civilidade”, considerou. “A mulher negra, além do risco de anemia falciforme, tem um índice de câncer de mama maior, recebe um salário menor e ainda é discriminada, prova de que o racismo existe de forma concreta no país”, enfatizou outra participante, Luciene Vieira, vice-presidente da UNEGRO, instituição de luta em prol dos direitos e defesa dos afrodescendentes no estado e no país.
Levando faixas e cartazes, centenas de participantes da caminhada fizeram o trajeto da praça do Turismo até o Cinema Público Municipal Henfil, onde as aguardava um show em sua homenagem, apresentado por Dalva Alves (voz) e Ronaldo Valentim (violão e voz), com músicas de Marina Lima, Caetano Veloso, Chico Buarque e outros.
A auxiliar da Biblioteca Municipal, Elizabeth (Lili) Marmo, 72 anos, disse que a mulher tem que ser olhada pela sociedade com carinho e respeito, pois ela é a principal geradora da vida. “E os idosos também, pois transmitem experiência de vida aos mais novos”, concluiu.
O Instituto do Câncer (INCA) o classifica em segundo lugar depois do câncer de pele não melanoma, respondendo por cerca de 25% dos casos novos a cada ano. Relativamente raro antes dos 35 anos, acima desta idade sua incidência cresce progressivamente, especialmente após os 50 anos. Estatísticas indicam aumento da sua incidência tanto nos países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento. Existem vários tipos de câncer de mama. Alguns evoluem de forma rápida, outros, não. A maioria dos casos tem bom prognóstico. Estimativa de novos casos: 57.960 (2016 – INCA). Número de mortes: 14.388, sendo 181 homens e 14.206 mulheres (2013). A lei 11.664, de 2008, garante a realização gratuita do exame de mamografia, enquanto a lei 12.802 (de 2013) permite a reconstrução imediata da mama após a cirurgia de mastectomia, também de graça. Há ainda a lei 12.732, de 2012, que garante o início do tratamento para qualquer modalidade de tumor em até 60 dias após o diagnóstico. Para buscar esses direitos, o paciente deve procurar a Defensoria Pública Estadual.
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