Imagem do Seminário da Mulher no Cinema Henfil
Auditório do Cinema Público Municipal Henfil ficou lotado durante Seminário da Mulher - Foto: Clarildo Menezes

Mulheres de Maricá tiveram uma manhã de debates e reflexão nesta terça-feira (25/10). O primeiro Seminário da Mulher levou para o Cinema Público Municipal Henfil, que ficou lotado, discussões sobre temas como violência doméstica e abuso sexual, entre outros. O evento, que fez parte da programação do Outubro Rosa no município, foi organizado pela Secretaria Adjunta de Segurança Pública de Maricá. “Informação é algo sempre necessário para combater todo tipo de crimes e práticas ilícitas. Fiquei muito feliz com o resultado e com a receptividade que nossas mulheres tiveram”, afirmou o secretário municipal adjunto de Segurança, Luiz Alberto Santos, acrescentando que pretende manter o Seminário da Mulher no calendário oficial da cidade.

Na mesa diretora estavam, além de Luiz Alberto, a secretária adjunta Laura Costa (Assistência Social), a coordenadora Luciana Piredda (Políticas para Mulheres), a coordenadora do Instituto de Segurança Pública (ISP), major PM Cláudia Moraes, e a capitã PM Ana Paula Moutinho. Ana foi a primeira a palestrar e falou sobre a experiência que viveu no início do mês, pela qual ficou conhecida em todo o país. A militar, que atua no 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes), se fotografou enquanto amamentava um bebê que fora abandonado pela mãe numa comunidade da Zona Oeste do Rio. Com o filho de 11 meses no colo, a capitã se disse ainda surpresa com o alcance do caso.

“Recebi mensagens até de países europeus como Luxemburgo, mas não sei porque repercutiu tanto. Acho que o que fiz foi uma coisa inerente a todas as mulheres, esse instinto de proteção, e foi dessa forma instintiva que agi”, relatou ela, ao lembrar das imagens que se tornaram virais na internet e que gravou para mostrar ao seu superior na corporação. “Ele estava me perguntando o motivo pelo qual não dava retorno da situação e, então, fiz a foto para que ele visse o que eu estava fazendo. Depois postei na minha página e aí a foto não parou de se espalhar pela rede”, revelou a capitã, que foi homenageada após sua fala. Até a semana passada, a imagem tinha sido compartilhada mais de 4 mil vezes.

Depois dela, foi a vez da major Cláudia Moraes apresentar números da violência contra a mulher que constam do ‘Dossiê Mulher’, do qual ela é uma das responsáveis, e falou sobre a mudança de perspectiva sobre esses casos. “Antigamente a sociedade não comentava essas coisas, dentro daquela visão de que ‘em briga de marido e mulher ninguém mete a colher’, mas hoje a ONU classifica a violência contra a mulher como violação de direitos humanos. Isso é um grande avanço”, classificou a militar, acrescentando que o ‘Dossiê Mulher’ é um grande banco de dados que alimenta a mídia e estimula o debate.

Para a coordenadora de Políticas para Mulheres, Luciana Piredda, há ainda o problema do atendimento de casos de violência e abuso sexual nas delegacias de polícia. “Uma parte desse atendimento ainda é discriminatório e coloca as mulheres na condição de provocadoras daquele delito”, afirmou. Na sequência, a secretária adjunta de Assistência Social, Laura Costa, anunciou que a 82ª DP (Maricá) vai passar a contar com um Núcleo de Atendimento à Mulher composto por uma inspetora da distrital e uma assistente social indicada pela secretaria.

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