A Secretaria Adjunta de Educação de Maricá formou nesta quarta-feira (31/08) mais 11 mediadores em Braille, uma das habilidades para quem deseja trabalhar com Educação Inclusiva no município. O curso constou de 100 horas-aula e os certificados foram entregues pelas autoridades convidadas. “Atualmente temos 200 mediadores para um público aproximado de 536 alunos com todo tipo de deficiência em toda a rede”, afirmou a subsecretária de Gestão em Educação Básica, Mônica Rigó. “Muitos são pós-graduados e mestres em Pedagogia, Psicopedagogia e Terapia Ocupacional. Já vamos para a segunda turma em Libras e em Atendimento Educacional Especializado (A.E.E)”, completou.
Professor de Braille, o pedagogo e orientador educacional Jorge Frederico dos Santos, ele mesmo deficiente visual, adiantou que D. Pedro II, em 1854, aos 25 anos, criou no Rio de Janeiro uma instituição de ensino para deficientes visuais, que ensinava pelo método do francês Louis Braille (1809/1852). “Era de ensino misto (para homens e mulheres), uma revolução à época. O colégio viria a se tornar o Instituto Benjamim Constant, uma referência nacional no ensino a deficientes visuais”, comentou. Inspetor de alunos e único homem entre os formandos, Anderson Martins, 32 anos, vai investir na educação inclusiva. “Fazer esse curso foi o primeiro passo que dei para essa capacitação”, afirmou ele, que trabalha na E.M. Mata Atlântica, em Itaipuaçu.
O método de leitura e escrita do francês Louis Braille consiste em ‘celas’ diversificadas (conjuntos de seis pontos, com 63 combinações de letras, símbolos e sinais), que são perfurados em alto relevo e papel especial. Para acompanhar a escrita, existem a prancha, a reglete (pequena régua com aberturas para acompanhar a leitura das celas, e a punção, espécie de caneta curta com ponta de metal, para puncionar os pontos na escrita). “O sistema Braille não é tão difícil, mas depende de treinamento. Cada aluno tem seu ritmo e tempo de aprendizado”, completou Jorge. “Em breve ensinaremos também com o sistema Soroban, que é a aritmética através do ábaco”, completou a coordenadora do curso, Fernanda Coutinho.
