Lideranças de matrizes afro debatem tolerância religiosa
Representantes de matrizes afro se reuniram no Cinema Público Henfil nesta quinta-feira - Foto: Fernando Silva
Lideranças de matrizes afro debatem tolerância religiosa
Representantes de matrizes afro se reuniram no Cinema Henfil nesta quinta-feira – Foto: Fernando Silva

Diversas lideranças religiosas de matriz africana e afro-brasileira reuniram-se nesta quinta-feira (04/08), no Cinema Público Municipal Henfil, no Centro, para discutir questões como a tolerância religiosa e de gênero, entre outras. O evento foi organizado pela Secretaria Municipal Adjunta de Cultura, Ciência e Tecnologia.

O coordenador do Movimento Axé pela Democracia, Luiz Becker, ressaltou que a proposta do encontro foi discutir o espaço das religiões afro em uma sociedade inclusiva. “Lutamos pela aplicação universal dos direitos civis garantidos pela Constituição de 1988, como participação política, igualdade religiosa, de  gêneros, acesso à educação, à saúde, e ao trabalho”, afirmou o coordenador. “Devemos lutar pelo respeito à liberdade de culto e à igualdade. Pretendemos realizar novos encontros regionais em Maricá”, completou o historiador Pedro Rebello, da Federação Umbandista do Rio de Janeiro.

O babalorixá Jone Mendes (Odé Keuala) falou sobre a necessidade de maior difusão da cultura africana, do orgulho em ostentar um vestuário religioso afro, da música e culinária de matriz africana. “Incentivo a todos meus filhos de santo a usarem suas túnicas, colares, turbantes e barretes, que não são simples peças de roupa, mas itens sagrados, assim como os instrumentos de música e artefatos do culto, que passam por rituais na sua confecção e para o uso. Eles demonstram nossa identidade, da qual devemos nos orgulhar, pois representam a espiritualidade e a experiência milenar dos povos afro”, declarou.

Representante do movimento LGBT em Maricá, Carlos Alves, disse que não é admissível a violência praticada contra o chamado “povo de santo”, embasada em preconceitos religiosos, de classe ou de raça, assim como assassinatos de travestis no Maranhão, Sergipe e em todo o país. “O estado é laico e a democracia prevê liberdade política, de culto, igualdade de gênero, respeito e dignidade para com o ser humano”, acrescentou. Também participaram do evento os babalorixás Bruno de Omulu, Paulo de Logum Edé e a babalorixá Danielle Pacheco; além da subsecretária municipal adjunta de Cultura, Lidiane Souza; a vice-presidente da UNEGRO, Luciane Vieira; e a pesquisadora do Centro de Tradições Afro Brasileiras (CETRAB), Sandra Gurgel. Antes dos debates, a cantora Dalva Alves interpretou a canção “Lenda das Sereias”, samba-enredo da GRES Império Serrano, e outas músicas ligadas à natureza e cultura afro.

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